“A cultura não é um luxo”. Como a Alemanha tornou a cultura num bem de primeira necessidade

A ministra da cultura alemã comprometeu-se a ajudar os setores culturais das perdas geradas pela pandemia. Uma das medidas garante um fundo de 120 mil milhões de euros.

A ministra da cultura alemã, Monika Grütters, prometeu assistência financeira a instituições de arte que enfrentam incertezas em meio a queda no turismo e na economia provocada pelas restrições a eventos com elevada concentração de pessoas e o encerramento de espaços como cinemas, teatros óperas e salas de concertos até pelo menos 19 de abril.

Para cumprir esta promessa, a cultura foi incluida no programa de resgate financeiro do governo Angela Merkel que, entre outras medidas, incluí uma medida que garante 120 mil milhões de euros para manutenção de emprego e uma linha de liquidez ilimitada que pode ser acedida desde a grandes teatros como por pequenas e médias empresas até profissionais afetados pela quarentena cultural. 

"Estou ciente de que essa situação coloca um grande fardo para as indústrias culturais e criativas e pode causar angústia considerável, especialmente para instituições menores e artistas independentes", disse a ministra da Cultura alemã em comunicado.

Ainda não é claro que tipo de pacote de apoio será fornecido aos trabalhadores ligados ao setor artístico, embora a ministra tenha ressaltado que o governo tem em mente todas as "preocupações" do setor e que as levará em consideração na elaboração de uma assistência financeira. A ministra ainda recomendou que o governo federal receba funcionários dos setores artístico e cultural para conversas sobre medidas de ajuda.

"A cultura não é apenas um luxo que se entrega durante os bons tempos", disse Monika Grütters e dirigindo-se a artistas e instituições culturais, reforçou a sua dedicação a esta causa. "Não vou decepcioná-los. Ninguém vai ficar na mão", garantiu. "Precisamos de reagir a esta dificuldade e emergência, pelas quais não somos responsáveis, ​​e compensá-las. Isto vai recompensar não só a economia, mas também todo o nosso cenário cultural, que foi gravemente afetado pelos cancelamentos".