O vírus que não olha a raça, género ou classe social

Príncipes, primeiros-ministros, ministros, secretários de estado, atores, futebolistas, basquetebolistas, treinadores ou dirigentes: ninguém está imune ao coronavírus.

«Peço a todos que respeitem as regras, porque o vírus não faz distinções». O apelo em jeito de aviso feito por Daniele Rugani, o primeiro jogador da Juventus a testar positivo à Covid-19, serve na perfeição para abrir o texto que se segue. Porque se ainda há muitas dúvidas quanto à Covid-19, há já também várias certezas: trata-se de um vírus invisível que não olha a género, raça ou classe social. Há, naturalmente, grupos de risco, como todos já sabemos, mas também é garantido que ninguém está imune à doença. Hoje são já conhecidos centenas de casos de figuras públicas que foram infetadas pelo coronavírus, seja na política, cultura, economia, desporto ou outra área. 

Um dos exemplos mais recentes foi confirmado na quinta-feira, depois de o Príncipe Alberto do Mónaco ter acusado positivo ao SARS-CoV-2. Três dias antes, havia sido confirmado que o primeiro-ministro monegasco, Serge Telle, também estava doente. Já em Espanha, a mulher do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, contraiu o coronavírus, naquele que já é o terceiro caso no seio político do país, o mais afetado pelo surto depois de Itália. Antes de Doña Begoña Gómez, foram confirmados os resultados positivos às ministras Irene Montero (Igualdade) e Carolina Darias (Política Territorial). 

Também Nadine Dorries, secretária de estado da Saúde do Reino Unido, confirmou estar infetada pelo coronavírus, tornando-se o primeiro político britânico a ser diagnosticado. No Irão, Austrália ou Brasil também já há casos de políticos que testaram positivo à Covid-19, como o vice-ministro da Saúde, Iraj Harirtchi, o ministro do Interior, Peter Dutton, ou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, respetivamente. O Brasil já tem, de resto, 13 casos de governantes confirmados, ficando, neste campo, apenas atrás do Irão, com mais de duas dezenas de casos. 
A maioria dos casos brasileiros está relacionada à comitiva do presidente Jair Bolsonaro, que viajou aos Estados Unidos no início de março, para reunir com Donald Trump. Entretanto, o presidente dos Estados Unidos, bem como o seu homólogo brasileiro, realizaram os testes e ambos já sabem que os resultados foram negativos.

Do futebol ao basquetebol
No desporto os casos multiplicam-se a cada dia. No futebol não faltam exemplos de jogadores, treinadores ou dirigentes infetados pelo coronavírus. Mikel Arteta, treinador do Arsenal, Kiril Domuschiev, presidente do Ludogorets, campeão búlgaro, e Evangelos Marinakis, dono do Olympiacos e do Nottingham Forest, são três dos casos confirmados. Na última semana, deram que falar os exames feitos a Jorge Jesus, atual treinador do Flamengo. Após os dois primeiros testes «fraco positivo ou inconclusivo», o técnico de 65 anos testou negativo ao vírus. Recorde-se que o Fla ficou em alerta depois de o vice-presidente do clube ter contraído o vírus. No desporto-rei, destacam-se ainda os casos gritantes de equipas espanholas, entre elas o Alavés (da Liga espanhola), com 15 infetados entre jogadores, staff e equipa técnica; o Espanyol (seis casos) e o Valencia (5), entre os quais os jogadores Garay (ex-Benfica) e Mangala (ex-FC Porto).

Já na Liga norte-americana de basquetebol (NBA) são já públicos os casos de Kevin Durant (Brooklyn Nets); Rudy Gobert e Donovan Mitchell (Utah Jazz) ou Christian Wood (Detroit Pistons). Esta sexta-feira, dois jogadores dos Los Angeles Lakers também testaram positivo e a equipa está agora em quarentena. Ainda durante o dia de ontem ficou conhecido o primeiro caso na liga norte-americana de futebol (NFL), depois de Sean Payton, treinador dos New Orleans Saints, ter confirmado que está infetado. Também na Fórmula 1 é para já conhecido um caso, registado num membro da equipa McLaren.

Tom Hanks e mulher curados
Depois de terem confirmado que estavam infetados, o casal de atores Tom Hanks e Rita Wilson recebeu alta médica durante a semana e já estão curados da doença. No mundo do espetáculo também são públicos vários casos de atores infetados. O ator Kristofer Hivjuda, que participou na série A Guerra dos Tronos, confirmou que está doente, bem como o ator britânico Idris Elba.

Em solo brasileiro, o cantor e compositor Di Ferrero fez saber que já está curado, depois de também ele ter testado positivo. Já a cantora, apresentadora e atriz brasileira Preta Gil continua em quarentena depois de ter contraído o SARS-CoV-2.

Daniel Dae Kim, ator coreano da série Lost e Havai 5.0; Itziar Ituño, intérprete da inspetora Raquel Murillo na série La Casa de Papel; e Olga Kurylenko, atriz e modelo ucraniana que vive em Londres, conhecida como a Bond Girl de 007 – Quantum of Solace; são outros casos de famosos que revelaram nas redes sociais terem testado positivo.