Há 4 lares com idosos contagiados. Mortes em Portugal correspondem a pessoas idosas e com múltiplas patologias

Relativamente ao estabelecimento de Vila Nova de Famalicão, que ficou sem funcionários depois de 8 testarem positivo à covid-19, a governante garante que os doentes estão a ser testados.

A ministra da Saúde, Marta Temido, começou por revelar, na conferência de imprensa deste domingo, que 80% dos casos confirmados de covid-19 em Portugal “são casos ligeiros e estão em tratamento domiciliário”. A governante agradeceu aos profissionais de saúde e aos portugueses que estão em casa e, depois de voltar a pedir a todos os cidadãos que cumpram as indicações das autoridades, relembrou a importância de os médicos fazerem os registos de sintomas, datas de sintomas e eventual confirmação de covid-19 na plataforma do sistema de vigilância epidemiológica.

Questionada pelos jornalistas sobre o aumento de preços do álcool e das máscaras nas farmácias, a ministra da Saúde disse que o Governo está “a tentar atuar ao nível da fiscalização". Segundo a governante, a fixação de preços é uma possibilidade, mas não está em prática.

Face a esta questão, também Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, reiterou que as máscaras dão uma “falsa sensação de segurança”. “Estamos aqui todos a trabalhar sem máscaras todos os dias, estamos distantes uns dos outros e isso é o fundamental”, salientou Graça Freitas, sublinhando que o mais importante é lavar frequentemente as mãos e de reduzir as vezes em que tocamos na cara.

“As máscaras não servem para praticamente nada. Dão uma falsa sensação de segurança. O pano não é impermeável, vai ficar húmido e os vírus vão passar”, afirmou a responsável.

A diretora-geral da Saúde disse ainda que "a curva tem tido um comportamento não explosivo", mas lembrou que não devemos ficar descansados. "Não me atreveria, com base em três ou quatro dias falar em achatamento. Nada nos deve deixar descansados”, admitiu.

Questionada sobre a imunidade, Graça Freitas, explicou que “tudo indica que há imunidade”, contudo, ainda não se sabe “a duração dessa imunidade”. “Nos futuros meses e anos teremos de testar muitas pessoas para saber se essa imunidade é persistente”, disse.

Na mesma conferência de imprensa, a ministra da Saúde confirmou que há 4 lares com doentes infetados com covid-19 –  dois na região de Lisboa e Vale do Tejo e dois no Norte.

Relativamente ao estabelecimento de Vila Nova de Famalicão, que ficou sem funcionários depois de 8 testarem positivo à covid-19, a governante garante que os doentes estão a ser testados esta manhã e que estão a ser pensadas soluções, que não passem pelo internamento.

“Não podemos deixar 33 pessoas com dois colaboradores", disse Marta Temido.

Confrontada com o facto de o boletim epidemiológico deste domingo não fazer referência a cadeias de transmissão, a diretora-geral da Saúde disse que “às vezes não é possível identificar cadeias de transmissão".

"Por vezes não encontrar a cadeia de transmissão não quer dizer que não exista. Mas temos 12600 em vigilância ativa, estamos a canalizar trabalho para a vigilância desses doentes, mais do que para encontrarmos cadeias", explicou.

Segundo a responsável, todos os óbitos registados no país até então (14), correspondem ao “perfil clássico”:

"Todos os óbitos correspondem ao perfil clássico: pessoas idosas e com múltiplas patologias, grave na maior parte das circunstâncias", disse.

Recorde-se que há 1600 casos confirmados de covid-19 em Portugal. De acordo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) publicado, este sábado, há a registar 14 vítimas mortais, mais duas que ontem, e 1152 pessoas aguardam resultados laboratoriais. Segundo a DGS, desde 1 de janeiro de 2020 houve 11.779 caso suspeitos no país, sendo que 9027 não se confirmaram. 5 pessoas já recuperaram.

Dos 1600 casos confirmados, 169 estão internados, 41 encontram-se nos cuidados intensivos.