Economia da China já funciona a 75% e volta ao normal até final de abril

O estudo indica que a pandemia de covid-19 provocou menos estragos na economia chinesa do que a crise de 2009.

A economia da China já está a operar a 75% da sua capacidade, evidenciando um ponto de viragem que deverá traduzir-se num retorno gradual aos valores normais de produção até ao final de abril”. A estimativa é da Euler Hermes – acionista da Cosec – Companhia de Seguro de Créditos – que vem reforçar a ideia de que a China, após as medidas restritivas que paralisaram parte do país, se prepara para vencer a “guerra” contra a pandemia de covid-19 e a iniciar uma recuperação económica, conquistando vantagem face aos mercados concorrentes de Europa e Estados Unidos.

Apesar desta previsão otimista sobre a produção, a análise publicada pela Cosec refere também que a performance económica da China será condicionada por uma demora na recuperação da confiança dos consumidores (os volumes de transações imobiliárias permanecem ainda 70% abaixo dos níveis normais) e pelo impacto que terão no comércio mundial as medidas de contenção que têm vindo a ser tomadas por todo o mundo na sequência do agravamento da pandemia em outros países. O estudo adianta ainda que, só no primeiro trimestre do ano, as medidas de contenção tomadas pelo Governo de Pequim tiveram um impacto no Produto Interno Bruto (PIB) chinês em -3%, com mais de metade (-1,8%) a ficar a dever-se à quebra no consumo interno privado.

Nos dois primeiros meses de 2020, o crescimento do comércio chinês foi o mais baixo desde 2016: as exportações caíram 17,2% e as importações 4%. Feitas as contas, a análise indica que os estragos provocados pelo covid-19 na economia da China ficam abaixo dos provocados pela crise em 2009 quando, em apenas um mês, as exportações desaceleraram -26,5% e as importações -43,1%.

Segundo vários bancos de investimento, a economia chinesa depreciará 9% no primeiro trimestre do ano, prevendo-se uma redução anual de 5,5% (estimada antes da pandemia) para 3% de crescimento do PIB. A confirmar-se esta será a primeira vez que o PIB da segunda maior economia do mundo contrai no espaço de vinte anos.