Molaflex despediu 150 trabalhadores em Santa Maria da Feira

Esta decisão surge depois de na semana passada a empresa espanhola Molaflex ter alegadamente tentado “obrigar todos os trabalhadores da empresa a irem de férias”. Os funcionários terão recusado.

A Molaflex, situada em Santa Maria da Feira, despediu 150 trabalhadores. A denúncia foi feita pela distrital de Aveiro do Bloco de Esquerda que acrescenta que estes funcionários estavam ligados ao grupo espanhol Flex – que detém a Molaflex Colchões, SA – através de empresas de trabalho temporário.

“Alguns destes trabalhadores já trabalhavam nesta empresa acerca de 7/8 anos, mas através de empresas de trabalho temporário. Numa clara violação da legislação existente. Já que eram todos postos de trabalho permanente”, garante o Bloco na nota divulgada.

Esta decisão surge depois de na semana passada a Molaflex ter alegadamente tentado “obrigar todos os trabalhadores da empresa a irem de férias”. Os funcionários terão recusado, levando agora a empresa que atua no setor do descanso a despedir. Segundo os bloquistas, a empresa alega “falta de matéria-prima para laborar” nesta fase de pandemia de covid-19.

Para o Bloco de Esquerda esta situação revela “uma clara má-fé” por parte da empresa, que tem recebido “uma série de apoios da União Europeia, do estado Português e da autarquia” de Santa Maria da Feira e somado, ao longo dos últimos anos, “milhões de euros de lucro”.

Recorde-se que a fábrica da Molaflex no primeiro semestre de 2019, na sequência de um investimento de cerca de 15 milhões de euros que permitiu deslocalizar para Santa Maria da Feira as unidades que funcionavam em S. João da Madeira e em Porriño, na Galiza, Espanha. A empresa tinha mais de 350 trabalhadores antes de proceder a este despedimento.