Conselho Europeu. Costa considera acordo insuficiente

Para além de terem sido abordadas as questões económicas e sociais durante a reunião, o primeiro-ministro anunciou que ia ser criada uma task force para repatriar os cerca de 3 mil portugueses que estão “espalhados um pouco por todo o sítio”.

Após a reunião do Conselho Europeu, que decorreu ao longo desta quinta-feira por vídeo chamada, António Costa falou ao país, começando  por anunciar a criação de uma task force que tem por objetivo acelerar o repatriamento  dos milhares de cidadãos europeus que veem, todos os dias, os seus voos de regresso aos países de origem ser cancelados. Apesar dos 640 portugueses que o Governo português conseguiu até agora repatriar, há ainda cerca de 3 mil “espalhados um pouco por todo o sítio”. “Havendo um trabalho conjunto dos diferentes países da União Europeia, conseguimos fazer operações mais coordenadas, como fizemos com o repatriamentos dos portugueses que no início desta crise estavam em Wuhan e desejam voltar”, afirmou o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro anunciou ainda que a limitação de utilização de fronteiras vai prolongar-se durante mais tempo do que estava inicialmente previsto, e lembrou que Portugal “decidiu interromper ligações marítimas e aéreas fora da União Europeia”, à exceção dos países onde há “comunidades significativas portuguesas e com os países de língua oficial portuguesa”.

No que diz respeito às fronteiras dentro da UE, Costa garantiu que Espanha e Portugal eram “um caso exemplar, a nível europeu, da forma como de um modo organizado, conjunto” foram fechadas as fronteiras terrestres, mantendo a livre circulação de mercadorias e de trabalhadores transfronteiriços. “Fora isso, as visitas, de um lado e da fronteira, estão fechadas”, disse.

Em terceiro lugar, Costa anunciou que durante o plenário europeu desta quinta-feira foi também pedido que os processos de compra de material de proteção individual possam decorrer com mais rapidez. Costa sublinhou que não só Portugal, como toda a União Europeia estava “numa grande corrida” para a aquisição deste tipo de material. “Aquilo que o Conselho apelou foi que a Comissão acelerasse os processos de compra e, por outro lado reforçasse o orçamento para a constituição de um stock de reserva para o conjunto destes materiais”.

Costa anunciou ainda que os 17 projetos europeus que estão, neste momento, a tentar desenvolver uma vacina para a covid-19 tiveram uma avaliação positiva por parte do Conselho. “Uma empresa portuguesa tem uma participação num desses projetos e é algo muito importante a médio-prazo”, afirma.

A maior parte da reunião centrou-se, no entanto, “nas consequências económicas e sociais desta situação porque, como sabemos, estamos numa situação de paralisia generalizada da economia à escala europeia”. Costa afirmou ainda que as instituições europeias vão a preparar “um grande plano de recuperação pós-crise” e que a Europa está a preparar-se para “período de três meses de crise profunda para chegar a Junho nas melhores condições”.

O primeiro-ministro garantiu ainda que, apesar de “insuficiente”, o Conselho europeu fechou o acordo “possível”. Foi também anunciado que o Eurogrupo tem que “definir as condições de mobilização de uma linha para financiar os estados-membros no combate à crise no valor de 240 mil milhões” e que cada país poderá levantar uma verba no valor de 2% do PIB, significando isto que Portugal poderá levantar um máximo de 4,352 mil milhões de euros.