“Sabemos que a crise de saúde, aliada à crise económica, tem efeitos nocivos na criminalidade e na segurança e vamos libertar presos?”

Em declarações ao i, o líder do Chega criticou a forma como a propagação do vírus foi desvalorizada desde o início.  

André Ventura deixou, este domingo, duras críticas ao Governo socialista. “Há duas coisas que sobressaem na gestão desta crise pelo Governo: a navegação à vista e a ocultação de dados”, disse, em declarações ao i, acrescentando que é “triste” ter de fazer estas declarações numa altura de crise. “Mas é a mais pura verdade”, afirmou.

O líder do Chega criticou o facto de algumas entidades terem desvalorizado a propagação do vírus, como foi o caso de Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, que logo no início, quando na China houve registo da primeira vítima mortal, disse que seria “pouco provável” que este vírus chegasse a Portugal. “Primeiro, era este vírus que nunca chegaria a Portugal e que dificilmente se tornaria uma pandemia. Viu-se!”, disse André Ventura.

O deputado do Chega deixou ainda duras críticas a António Costa que, durante uma entrevista na TVI, garantiu que, em termos de material médico, “até agora não faltou nada e é pouco previsível que venha a faltar”.

Ventura considerou ainda que não fazia sentido uma possível libertação das pessoas que estão detidas, ainda que por questões de saúde. “Sabemos que a crise de saúde, aliada à crise económica e ao desemprego, tem efeitos nocivos na criminalidade e na segurança… e vamos libertar presos?”, questionou, apontando outras medidas que, na sua opinião, fazem agora mais sentido e de que são exemplo a imposição de planos de contingência mais severos dentro das prisões e fazer adaptações ou transferências. “Não faz mais sentido do que colocar cá fora ainda mais bandidos para ajudar à festa da criminalidade, que vai seguramente aumentar?”, questionou o deputado.

Recorde-se que, também este domingo, o Ministério da Justiça emitiu um comunicado em que esclareceu que, através da tutela, o Governo está a acompanhar a situação “que se vive nas prisões portuguesas, face aos riscos específicos decorrentes da emergência de saúde pública ocasionada pela doença covid-19”.