Após uma visita à Unidade de Apoio Hospitalar da Câmara Municipal de Lisboa e da Universidade de Lisboa, António Costa afirmou ser fundamental que o país se preparasse para o mês de abril, já que é este é “o mês mais crítico desta pandemia”. “Os nossos hospitais têm vindo a dar resposta às necessidades, estamos a fazer tudo para que continuem a dar resposta, mas, obviamente, se a pandemia continuar a evoluir como está projetado é fundamental termos estas unidades de retaguarda”, explicou.
Acerca do estado de emergência, Costa afirmou que Marcelo Rebelo de Sousa, a Assembleia da República e o “próprio Governo” vão discutir a “melhor forma de prolongar o estado de emergência”, era necessário um compromisso da parte de todos os portugueses. "O vírus não anda sozinho, o vírus só anda onde nós o levamos. É fundamental movermo-nos o menos possível e nos mantermos o mais possível isolados", apelou, sublinhando que era por isso que o isolamento e disciplina era tão importante.
Sublinhando que a existir uma mobilização, era importante que esta fosse organizada, o primeiro-ministro aconselhou a quem queira fazer donativos ou tomar iniciativas que o faça com a ajuda das administrações regionais de saúde, “sob pena de termos a concentração de muitos recursos onde eles menos são necessários e de nos falharem recursos essenciais onde eles são, absolutamente, indispensáveis”. “Como já vimos em experiências anteriores, perante grandes catástrofes, quando a generosidade não é devidamente organizada, nós perdemos e desperdiçamos recursos e hoje não podemos desperdiçar recurso nenhum", disse.
Costa elogiou ainda o trabalho das forças armadas, que têm distribuído comida pelos sem-abrigo, ajudado no trabalho de desinfeção, auxiliado na evacuação de lares. O primeiro-ministro advertiu ainda que Portugal devia desejar o melhor, “mas estar preparados para o pior”.
Durante a conferência de imprensa, António Costa foi questionado sobre os testes nos lares. O primeiro-ministro realçou que é possível fazer-se uma "recolha mais ativa" junto desta população, agora que existem também soluções desenvolvidas pelo Instituto de Medicina Molecular.