TAP oficializa lay-off junto da CMVM

“Estas medidas têm por objetivo reduzir os custos fixos da TAP, por forma a compensar parcialmente a perda de receita neste novo cenário”, explica a transportadora.

A TAP já comunicou ao regulador do mercado de capitais, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que vai mesmo avançar com o processo de lay-off na transportadora, na sequência dos efeitos do surto de covid-19.

O objetivo do recurso da TAP a este regime, permitido pelo Governo às empresas, é o de garantir “a manutenção dos postos de trabalho do seu universo de colaboradores e melhor salvaguarda do futuro da empresa”, como a transportadora já tinha adiantado.

“Serão, assim, adotadas medidas de suspensão temporária da prestação do trabalho para cerca de 90% dos colaboradores da TAP e de redução do período normal de trabalho e redução proporcional da remuneração, em 20%, para os restantes colaboradores da TAP que permanecem em serviço, entrando esta medida em vigor a 2 de abril de 2020, por 30 dias, podendo este período vir a ser estendido nos termos do Decreto-Lei que regula esta matéria”, explica a empresa em comunicado, divulgado pela CMVM.

“Todos os colaboradores serão informados individualmente, antes da implementação, sobre a modalidade que lhes será aplicada. Estas medidas têm por objetivo reduzir os custos fixos da TAP, por forma a compensar parcialmente a perda de receita neste novo cenário. Os custos com pessoal representam o principal custo fixo da TAP, ascendendo a aproximadamente 20% dos custos operacionais totais”, refere a empresa no mesmo documento.

A TAP estima que, “com base na melhor informação disponível à data de hoje, a implementação das medidas excecionais e temporárias acima descritas tenha como impacto uma redução da rubrica de custos com pessoal correspondente a cerca de 45%, durante o mencionado período aplicável”.

A transportadora lembra ainda que estas medidas específicas somam-se às já anunciadas iniciativas de controlo e redução de custos, incluindo a suspensão ou adiamento de investimentos não críticos, renegociação de contratos e prazos de pagamento, corte de despesas acessórias, suspensão de contratações de novos trabalhadores, de progressões e de formações, bem como a implementação de programas de licenças sem vencimento temporárias, as quais continuam a ser implementadas.