EUA. Teme-se mais de 100 mil mortos nas próximas semanas

A Administração Trump parece ter finalmente percebido a gravidade da pandemia. Agora, já ultrapassaram os 200 mil casos registados, e 194 mil pessoas estão a ser tratadas.

Os Estados Unidos ultrapassaram os 200 mil casos registados de covid-19, com mais de 4600 mortos – mais de 194 mil pessoas ainda estão a ser tratadas. É apenas o início da catástrofe nos EUA: o próprio Governo teme entre 100 mil a 240 mil mortes devido à pandemia nas próximas semanas, mesmo que as suas diretrizes de distanciamento social sejam seguidas. “Quero que cada americano esteja preparado para os dias duros que temos pela frente”, apelou o Presidente dos EUA, Donald Trump, que ainda recentemente prometia reabrir o país até à Páscoa. “Vamos enfrentar umas duas semanas muito duras”, avisou.

Trump  – que afirmou que o seu papel era ser “um cheque de claque para o país” – declarou que, afinal, a covid-19 é muito mais grave que uma gripe comum, apesar de já ter afirmado o contrário. “É cruel”, lamentou o Presidente. Contra a pandemia “não nenhuma bala mágica, como vacina ou tratamento. Apenas o comportamento”, declarou Debbie Birx, uma das principais conselheiras de Trump, que finalmente parecem ter conseguido convencê-lo da necessidade prolongar o isolamento social, apesar das consequências económicas – as atuais restrições estão em vigor pelo menos até 30 de abril.

Contudo, as medidas estão longe do desejado por muitos. Apesar da Administração Trump finalmente ter percebido a gravidade da situação, continua a deixar muito nas mãos dos estados: fica a seu critério ordenar aos cidadãos que fiquem em casa ou não. Só hoje já três estados – Florida, Nevada e Pennsylvania – colocaram ou ampliaram as suas restrições. Contudo, outros – como o Iowa, Nebraska e Georgia – continuam a não o fazer, forçando vários presidentes de câmara a impor restrições por si mesmos.

Entretanto, o epicentro do surto norte-americano continua a ser o estado de Nova Iorque, com mais de 83 mil casos registados e quase duas mil mortes – o número de mortes mais que duplicou nas últimas 72 horas. “As sirenas das ambulâncias nas ruas silenciosas da cidade tornaram-se a banda sonora devastadora da crise”, escreveu um repórter da Associated Press.