António Costa considera que atitude de todos os partidos tem sido “exemplar” face à pandemia

Em entrevista à Rádio Renascença, o primeiro-ministro falou ainda da resposta que a União Europeia tem dado.

António Costa elogiou esta sexta-feira a resposta de todos os partidos face à crise provocada pelo novo coronavírus e considerou que, apesar dos momentos iniciais de tensão, registaram-se “avanços positivos” no que diz respeito à resposta a nível europeu.

Em entrevista à Rádio Renascença, o primeiro-ministro foi questionado acerca do estado da relação com os partidos que participaram no governo de gestão da legislatura anterior – PCP, PEV e Bloco de Esquerda. António Costa explicou que se tem dado “muito bem” com os antigos companheiros da Geringonça, porém, preferiu "sublinhar que o conjunto dos partidos tem sido exemplar na forma como tem sabido agir, sem prescindir obviamente das suas diferenças ideológicas, do dever de crítica e de fiscalização relativamente ao Governo".

António Costa garantiu que, durante esta fase de resposta à pandemia de covid-19, todos os partidos têm “agido de uma forma solidária e unida”. Após estas declarações, o primeiro-ministro foi confrontado com a ideia de que o Governo tem revelado pontos de convergência com o PSD, porém, António Costa insistiu que “o consenso tem sido bastante generalizado”. "Mesmo o PCP, que não tem votado favoravelmente o estado de emergência, não se tem oposto à generalidade das medidas. Considero que tem havido um grande sentido de convergência e de unidade nacional", continuou.

A nível europeu, António Costa explicou que o momento “muito tenso” em que o Governo Holandês rejeitou a emissão de dívida conjunta e pediu que Espanha fosse investigada por não ter capacidade orçamental para fazer face à pandemia serviu para que dar “novos passos em frente”.

Já na frente europeia, o primeiro-ministro apontou que houve "um momento muito tenso" na sequência da última reunião com a Comissão Europeia, "mas que também fez muitos compreenderam que é preciso dar passos em frente". “As propostas esta semana apresentadas pela Comissão Europeia, seja para melhor utilização dos fundos comunitários, seja para a criação de um mecanismo de seguro para emprego, são importantes", explicou.

"Espero que na reunião do Eurogrupo, na próxima terça-feira, se concretizem novos passos", esclareceu.

Ainda acerca da emissão de dívida conjunta, o primeiro-ministro garantiu que o que é fundamental “é haver a capacidade de a União Europeia ter em conjunto capacidade de resposta a um desafio que é comum. Tem de perceber que temos de o fazer de uma forma comum e solidária. Se é com eurobonds ou coronabonds, se é com apoios diretos com base no orçamento da União Europeia, ou, ainda, se é com recurso à emissão de dívida ou com contribuições extraordinárias dos Estados-membros, isso já são opções técnicas onde não está o cerne da questão", afirmou.