Catalunha quer recrutar médicos chineses que enfrentaram a pandemia em Wuhan

Depois de ter triplicado a capacidade das unidades de cuidados intensivos dos seus hospitais, a Catalunha tem apenas 400 camas disponíveis para doentes em estado crítico e teme rutura na capacidade de resposta à covid-19.

Catalunha quer recrutar médicos chineses que enfrentaram a pandemia em Wuhan

Numa altura em que Espanha se aproxima de Itália no total de infeções pelo novo coronavírus e em que ultrapassou já a marca dos 10 mil mortos — é o terceiro país, depois dos EUA e de Itália, com mais casos e o segundo com mais mortes no mundo — o governo regional da Catalunha, que registou já 23.400 casos positivos e mais de 2 mil mortos, anunciou a sua intenção de recrutar médicos e enfermeiros que chineses que trabalharam em Wuhan durante a fase mais crítica da pandemia na China.

Segundo o El País, o Departamento da Saúde catalão já fez chegar ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Madrid, um pedido formal para poder proceder ao recrutamento de profissionais de saúde do hospital de Tongren, de Pequim, enviados para Wuhan para fazer face à covid-19 na China. O pedido, cita o jornal, é para que sejam tomados os “passos diplomáticos” necessários para que possa ser iniciado o processo.

A Catalunha enfrenta por estes dias o que se acredita ser o pico da epidemia na região. E teme o colapso das unidades de cuidados intensivos dos seus hospitais nestes que serão os dias mais críticos. 

“O aumento exponencial dos pacientes em estado grave, como consequência da evolução clínica e social da pandemia, fez com que neste momento necessitemos dde profissionais sanitários com experiência”, escreveu a conselheira da Saúde catalã, Alba Vergés, no pedido enviado para Madrid, citada pelo diário espanhol.

Entre os mais de 23 mil casos positivos na região autónoma desde o início da pandemia, são de momento mais de 1400 os doentes internados em unidades de cuidados intensivos, cuja capacidade foi, segundo a imprensa espanhola, triplicada, mas que estão já com uma taxa de ocupação de 84%. Ou seja: restam apenas 400 camas disponíveis para receber novos doentes.