“Este é o momento para equilibrar o medo e a coragem”, apela Marta Temido

Unidades de saúde nacionais vão receber ainda este sábado 3 milhões de máscaras cirúrgicas e 400 mil máscaras FFP2, entre outros materiais de proteção.

“Este é o momento para equilibrar o medo e a coragem”, apela Marta Temido

No dia em que o número de mortos subiu para 266, mais 20 em relação ao último balanço, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse, na conferência de imprensa deste sábado, que a taxa de letalidade por covid-19 é de 2,5%.

"Os 266 óbitos traduzem uma taxa de letalidade de 2,5%",revelou, acrescentando ainda que a taxa de letalidade é de 10,3% acima dos 70 anos.

Segundo a governante, as unidades de saúde nacionais vão receber ainda este sábado 3 milhões de máscaras cirúrgicas e 400 mil máscaras FFP2, entre outros materiais de proteção, nomeadamente batas, luvas e toucas. Também os serviços irão receber em breve 80 mil zaragatoas e 260 mil testes, que até então estavam em falta.

Marta Temido revelou que entre 1 de março e 1 de abril foram realizados 88. 497 testes, 53% dos quais em ambiente público e 47% em ambiente privado.

No domingo, chegam 144 mil ventiladores de uma encomenda de 1500 feitos pelo Ministério da Saúde, vários são doações de diversas entidades. A ministra explicou ainda que o mercado de equipamentos médicos está a funcionar "num contexto de grande pressão e agressividade" e admite que tem havido "desvio" de encomendas de países por parte de outros países.

Marta Temido notou ainda  “uma grande responsabilidade da parte dos portugueses" e diz que esta responsabilidade “tem de ser renovada todos os dias porque não há uma luz ao fundo do túnel”, mas apenas “uma esperança”. "Não é uma corrida de 100 metros, é uma longa maratona”, realçou.

"Este é o momento para equilibrar o medo e a coragem", pediu. "A coragem de ficar em casa, a coragem de continuar a ajudar os outros, quando devidamente protegidos, a coragem de pedir ajuda quando precisarmos", acrescentou, deixando um alerta para que a população preste atenção também à saúde mental.

Também Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, admite que “ainda temos muito trabalho para fazer”, adiantado que não há uma previsão par regressar à normalidade. Segundo a responsável, há investigadores a estudar o caso, mas "não há uma resposta 'sim' ou 'não' para uma data, nem como vai a ser feito".

Além de profissionais de saúde, as responsáveis explicaram que o uso de máscaras cirúrgicas é recomendado a todas as pessoas com infeções respiratórias e a todas as pessoas que por algum motivo se encontram em unidades de saúde.

Fora das instituições de saúde, recomenda-se o uso de máscaras a todos os profissionais e pessoas que tenham contacto com pessoas doentes ou que suspeitem estar infetadas.

Também os doentes imunossuprimidos devem utilizar máscara nas suas deslocações esporádicas fora do domicílio.