Marcelo defende que é o momento “da banca retribuir aos portugueses o que nós fizemos”

“A banca deve ao país, por causa da circunstância da crise que vivemos há anos, um contributo muito importante. Cada português contribuiu para viabilizar bancos e, felizmente, mérito desses bancos, deram a volta”.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, disse este, sábado, que é necessária uma resposta por parte da banca, lembrando que este foi um dos setores mais ajudado pelos portugueses durante a crise financeira anterior.

"É um corrida contra o relógio e a banca tem de entrar nela [na corrida]. Um dia mais tarde é pior que um dia mais cedo. Uma semana mais tarde é pior que uma semana mais cedo. A economia precisa do dinheiro mais cedo, as famílias precisam do dinheiro mais cedo, os trabalhadores precisam de trabalho mais cedo, precisam de salários mais cedo… É essa luta que é uma luta fundamental e que também é da banca", começou por dizer, em declarações aos jornalistas em Vila Franca de Xira.

"A banca deve ao país, por causa da circunstância da crise que vivemos há anos, um contributo muito importante. Cada português contribuiu para viabilizar bancos e, felizmente, mérito desses bancos, deram a volta. Neste momento, sabendo que a banca está estabilizada, mas que preferiria não ter de enfrentar esta crise tão depressa, de algum modo é uma ocasião de retribuir aos portugueses o que nós fizemos. É um bocadinho isso que vou ouvir, como é que se vai fazer chegar aos portugueses aquilo que não pode demorar muito. Estamos a vencer a crise, mas depois há a situação económica, financeira e social. O país não para e isso depende muito de meter as empresas e as famílias a trabalhar", acrescentou.

O chefe de Estado reconheceu o “mérito” da banca, realçando que é “muito popular bater” nos bancos portugueses.

"Devo reconhecer este mérito à banca. É muito popular bater na banca, mas lembro-me que quando entrei 2016 havia quatro bancos portugueses que estavam em situação difícil. A Caixa que, por exemplo, havia quem quisesse que deixasse de ser portuguesa e pública. Bancos privados com problemas de definir a liderança interna ou precisar de se recapitalizar. Precisaram de empréstimos que depois vieram a pagar. Um banco que não tinha sido possível vender em determinado momento… Entre 2016 e 2020 a banca teve o mérito de dar a volta à situação. É verdade que com o apoio dos portugueses. Mas na esmagadora maioria dos casos, pagou o que devia aos portugueses. Agora o que se pede é outra coisa: é que pegue nas linhas de crédito e as faça chegar às empresas. Agilize e facilite… os processos bancários por vezes são difíceis", rematou.