“Empenham-se mais em divulgar mensagens privadas do que em ajudar o Chega a crescer”, acusa Ventura

Líder do Chega terá sido alvo de críticas internas no partido pela forma como votou a renovação do estado de emergência.

O presidente do Chega, André Ventura, anunciou sábado à noite, num vídeo, que vai apresentar a sua demissão do cargo para permitir uma clarificação interna. E promete concorrer em setembro para um novo mandato.

O deputado único do Chega terá sido alvo de críticas internas no partido pela forma como votou a renovação do estado de emergência. Na primeira versão votou a favor e, na segunda, absteve-se. Por isso tomou a decisão, para que a estratégia da direção seja relegitimada.

“Faço-o porque estou farto daqueles que sistematicamente boicotam o trabalho da direção nacional e que sistematicamente se empenham mais em atacar o partido, em divulgar mensagens privadas, do que em ajudar o Chega a crescer”, declarou no referido vídeo, divulgado na rede social Facebook.

Ventura justificou a mudança do sentido de voto porque o decreto do estado de emergência contempla a possibilidade de libertação de presos para travar o avanço da pandemia de covid-19.

Entretanto, o fundador do Bloco de Esquerda Francisco Louçã considerou que Ventura está “a brincar às casinhas”, demitiu-se da chefia do seu partido “e quer voltar a ser chefe do seu partido (mas só depois das férias)”, escreveu no Facebook.