Egito cancela os eventos de Ramadão

No mês santo do islão, o fim do jejum é geralmente celebrado com a partilha de comida entre a comunidade, mas não este ano. Teme-se os efeitos económicos, com a quebra das vendas na época alta.

Para os quase dois mil milhões de muçulmanos por todo o mundo, o mês santo do Ramadão, entre 23 de abril e 23 de maio, não será o mesmo. O Egito tornou-se o primeiro país árabe a anunciar a suspensão de todas as atividades coletivas no Ramadão. O jejum deste período é mantido durante todo o dia e quebrado com o por do sol, geralmente com grandes refeições entre a comunidade, bem como orações em mesquitas, mas não este ano.

As medidas impostas pelo Governo foram aprovadas pelas autoridades da Universidade de al-Azhar, umas das principais referências para os sunitas de todo o mundo, que já tinham aceitado o fim das orações em mesquitas, incluindo às sextas-feiras, o principal dia de oração do islão – pediram aos fiéis que rezem nas suas casas. Entretanto, também a Arábia Saudita proibiu todas as peregrinações a Meca, um dos cinco pilares do islão.

Contudo, além do impacto nas atividades religiosas, teme-se o impacto na economia do Egito, como no resto do mundo. Além do Egito ser altamente dependente do turismo, em muitas lojas a época alta é o Ramadão, como no mercado de Taht al-Raba, no Cairo, que costuma atrair multidões nesta altura, para ver as suas lâmpadas e lamparinas. “Mal há vendas a acontecer”, lamentou Sayed al-Kilani, um vendedor neste mercado. “As pessoas têm medo de vir aqui. Têm medo de lidar com os vendedores e têm medo de tocar nas lanternas”, explicou ao Arab News.