Covid-19. Consumo de plataformas de gaming e videojogos “disparou” em março em Portugal

O relatório da Revolut realça ainda crescimento que se verificou nas compras em super e hipermercados. A fintech britânica destaca ainda a queda acentuada de transações nos setores da restauração e do transporte.

A Revolut divulgou esta quarta-feira um estudo que indica que os portugueses alteraram os seus hábitos de consumo durante a pandemia da covid-19. Os dados apurados foram extraídos com base na utilização dos cartões por parte dos mais de 400 mil utilizadores da fintech britânica em Portugal, durante o mês de março, e em comparação com o mês anterior. 

Segundo a Revolut, marcas como Steam Games (+241%), Playstation (+136%) e Nintendo (+73%) foram aquelas que registaram uma maior subida no número de transações feitas no mês passado, quando comparadas com o mês anterior, o que indica que o isolamento terá contribuído para o aumento da procura por plataformas de gaming e videojogos.

As transações efetuadas para a Apple (15%), Google (11%) e as subscrições de Netflix (9%) registaram também uma ligeira subida no mesmo período, coincidindo com o mês em que foi decretado o estado de emergência em Portugal na sequência da doença.

A mudança nos hábitos de consumo de bens alimentares foi uma das mais significativas neste período, com a análise a revelar uma redução em cerca de 30% do número de transações realizadas em março, quando comparado com fevereiro, nas principais grandes superfícies do país. Contudo, o volume dos gastos foi 35% superior. Ou seja, o isolamento e as regras do confinamento ditaram que os portugueses fizessem menos vezes as suas compras, mas gastassem mais. 

A semana que antecedeu a declaração do estado de emergência (entre 10 e 18 de março) registou ainda um incremento (+44%) no volume de dinheiro gasto em compras de supermercado em Portugal, face à semana anterior. Ainda assim, marcas como UberEats ou Glovo estão a beneficiar do facto da maioria das famílias estarem em casa. A UberEats registou um aumento de 22% no número de transações e 30% no volume transacionado no período de março, quando comparado com o mês anterior. Já a Glovo, que permite a entrega de múltiplos produtos, assinalou um aumento de 27% no número de transações e 51% de aumento de volume transacionado. 

Restauração e transportes em queda. O estudo da Revolut adianta que a área da restauração é uma das que mais sofreu com o impacto do novo coronavírus, e a análise à utilização dos cartões Revolut por parte dos portugueses refletiu uma quebra de 50% no volume transacionado.

Com o espaço aéreo europeu limitado neste período e dada a crise que se alastrou por toda a Europa e que começa agora a ganhar expressão nos Estados Unidos ou no Brasil, também as viagens saíram dos planos dos portugueses. O volume transacionado nesta categoria afundou 49%, depois de um pico justificado pelo período de férias de Carnaval. 

Os transportes – também como resultado da redução na procura de plataformas de transporte ligeiros de passageiros – estão a sentir o impacto da pandemia, e sofreu uma quebra de 39%. A Uber viu as transações cair 56%, com menos 48% do volume de transações. Na Bolt, as perdas atingiram 59% das transações e 55% do volume transacionado. Já na Kapten, as perdas foram superiores, atingindo 61% das transações e 57% do volume de negócios.