Autoeuropa quer regresso gradual ao trabalho mas avança para layoff

Trabalhadores da fábrica de Palmela que não regressem a 20 de abril vão receber a totalidade do ordenado.

A Autoeuropa vai promover um regresso gradual ao trabalho a partir de 20 de abril, tal como o SOL tinha avançado, e recorrer ao layoff para os trabalhadores que não regressem nessa data, garantindo, no entanto, a totalidade das remunerações. A informação foi avançada pela comissão de trabalhadores (CT) depois de uma reunião com a administração da fábrica de Palmela. “Clarificamos que entre os dias 13 e 19 de abril, após esgotados os 22 downdays (dias de não produção remunerados) referentes ao ano de 2020, irão ser utilizados os créditos legais (férias, dias especiais), referentes a anos transatos”, refere o comunicado.

Antes, num outro comunicado, a CT da Autoeuropa tinha já anunciado que a empresa pretendia promover o “regresso ao trabalho de forma gradual a partir de 20 de abril, em horários reduzidos, inicialmente sem turno da noite, a funcionar de 2.ª a 6.ª feira sob aplicação do regime de layoff simplificado. 

A administração da Autoeuropa, ainda de acordo com a CT, “prevê o restabelecimento do horário estabelecido no Acordo de Empresa de 2019 a partir da semana 23 (primeira semana do mês de junho)”.

Recorde-se que a Volkswagen decidiu suspender a produção na fábrica de automóveis da Autoeuropa, em Palmela, no distrito de Setúbal, devido à pandemia da covid-19 no dia 17 de março, mas a empresa já estava parada desde o dia anterior, segunda-feira, 16 de março, dado que muitos trabalhadores foram obrigados a faltar ao trabalho para ficarem com os filhos devido ao encerramento das escolas.

A Autoeuropa, que, inicialmente, tinha anunciado a suspensão da produção até 29 de março, prolongou esse prazo até 12 de abril, tendo agora anunciado a intenção de retomar a produção, de forma gradual, a partir do dia 20 de abril.

Apesar nesta decisão na fábrica de Palmela está o número de carros produzidos. Desde que suspendeu a sua atividade, a 16 de março, a Autoeuropa deixou de produzir 17250 automóveis, o que altera as previsões iniciais para o conjunto do ano que apontavam para mais de 250 mil unidades.