Exames. Sindicato pede pequenos ajustes em dia decisivo para as escolas

Presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior solicita que se “salvaguarde” o regime atual de acesso às universidades.

As medidas tomadas pelo Governo em relação às escolas são conhecidas hoje. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já sublinhou que os estabelecimentos de ensino não vão reabrir durante o mês de abril, devido à pandemia covid-19, mas existem ainda muitas dúvidas em torno daquilo que vai ser definido. No ensino secundário, por exemplo, os exames de acesso ao ensino superior são uma das maiores preocupações. Há quem defenda que adiar a realização dos exames nacionais de junho para setembro ou outubro seria a melhor opção, mas há também quem sugira que se “salvaguarde” o regime atual de acesso ao ensino superior.

Ao i, Gonçalo Velho, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior, defende que aquilo que deverá ser estabelecido não poderá colocar em causa o regime que já existe. “O melhor era não haver perturbação nos exames nacionais e que não houvesse alterações no regime de acesso ao ensino superior atual. O ideal seria termos condições para realizar os exames nacionais. O ensino à distância não é, de todo, igual àquilo que é o ensino presencial. É certo que os professores têm dado o seu melhor, mas preocupa-me a forma como estas situações podem condicionar o futuro. Qualquer situação de dano em relação àquilo que é apreendido ou não por professores e alunos vai notar-se depois”, começou por dizer, explicando também que deveria ser implementado o acesso gratuito à internet no ensino secundário. “Quanto ao ensino à distância proponho tornar gratuito o acesso à internet no ensino secundário, porque, na verdade, não nos podemos esquecer de que foi a universidade que criou a internet”, rematou Gonçalo Velho.

Segundo apurou o i, já a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) defende que a realização dos exames nacionais deverá ser adiada, recomendando a recalendarização e um reforço de professores nessa altura, exclusivamente dedicado ao acompanhamento dos alunos, não esquecendo os cursos profissionais e o ensino artístico, uma vez que tem de se pensar também nas provas de aptidão e na realização de estágios.

A Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas concorda com a Fenprof e também aposta na recalendarização. “O Ministério da Educação tem de ter em atenção várias coisas, nomeadamente a saúde de todos nós, e depois terá de pensar também nas preocupações dos jovens. Estão naturalmente preocupados com o acesso ao ensino superior”, disse ao SOL, Filinto Lima, presidente da Associação.

A Câmara de Lisboa discute hoje a execução de obras de manutenção em 55 escolas do município no valor máximo de 30 milhões de euros. “Tais intervenções terão lugar quer nos equipamentos que apenas necessitam de trabalhos de manutenção, quer nos que, face à extensão das respetivas patologias e necessidades específicas, serão objeto de obras profundas (beneficiação geral)”, pode ler-se na proposta subscrita pelo vice-presidente da autarquia, João Paulo Saraiva.