A culpa dos chineses

As autoridades chinesas ficaram muito ofendidas quando o presidente dos EUA se referiu ao covid-19 como o vírus chinês, mas esse epíteto assenta-lhes que nem uma luva, porque, sem qualquer dúvida, é à China que deve ser atribuída a principal responsabilidade por estarmos todos, um pouco por todo o planeta, confinados ao espaço da nossa…

Na semana passada publiquei neste espaço um artigo intitulado “A caminho da catástrofe”, o qual, por um erro técnico, durante as primeiras horas permitiu apenas a visualização da parte final do texto.

Como o assunto principal não era o das responsabilidades da China na disseminação desta pandemia que a todos nos aflige, abordei o tema apenas por alto, não o tendo aprofundado, nem tão pouco justificado as minhas alegações. Aproveito agora para o fazer nas questões que mais polémica geraram.

As autoridades chinesas ficaram muito ofendidas quando o presidente dos EUA se referiu ao covid-19 como o vírus chinês, mas esse epíteto assenta-lhes que nem uma luva, porque, sem qualquer dúvida, é à China que deve ser atribuída a principal responsabilidade por estarmos todos, um pouco por todo o planeta, confinados ao espaço da nossa habitação.

Neste campo não alinho na teoria da conspiração, argumentando que houve um propósito declarado do regime chinês em espalhar um vírus mortal pelo mundo inteiro, até porque a China, não o podemos esquecer, também sofreu muito, em vidas humanas e na desaceleração económica, com a doença que provocaram.

À falta de provas, manda a prudência que sejamos contidos!

Fazendo fé naquilo que se sabe, o vírus teve origem, ainda no ano transacto, num mercado de animais vivos, na província de Wuhan.

O comércio de animais vivos, que posteriormente são abatidos no próprio local onde são vendidos, gera um lucro bilionário, pelo que as autoridades sanitárias do país, apesar de estarem perfeitamente conscientes do perigo para a saúde pública mundial que aquele tipo de transacção representa, responsável anteriormente pela disseminação de outras pandemias, nunca ousaram pôr-lhe cobro.

Bem pelo contrário, este próspero negócio tem sido sempre incentivado, fechando-se os olhos às doenças dele resultante e que, ciclicamente, vêm afectando toda a população mundial.

Mas a culpa chinesa não se esgota na fonte do coronavírus. Bem pelo contrário, as responsabilidades mais gravosas verificaram-se depois, quando o regime chinês procurou esconder a propagação do vírus que geraram por desleixo, incúria e, certamente, corrupção, silenciando quem no início alertou para o que se estava a passar.

É do conhecimento público que o primeiro médico que preveniu as autoridades do país para a epidemia que se começava a alastrar, foi de imediato preso e, consequentemente, impedido de divulgar para o estrangeiro os perigos de que ele estava bem ciente.

Por ironia do destino esse médico acabou por morrer, em circunstâncias nunca apuradas, conhecendo-se apenas a versão oficial, a de que foi vítima da doença que denunciara.

Se os governantes chineses têm actuado de imediato, impondo um bloqueio efectivo à província infectada, não permitindo a circulação, sobretudo para fora do país, dos seus habitantes, muito provavelmente o vírus mortal não teria dali passado.

Mas não, o governo chinês, ao invés de procurar controlar a dispersão do vírus, muito pelo contrário, permitiu que ele se espalhasse por todo o mundo, ao recusar-se a restringir o espaço aéreo das zonas afectadas, autorizando que milhões de chineses viajassem para o estrangeiro, mesmo depois de estar bem consciente das implicações daí resultantes.

Nesta sua atitude criminosa o regime chinês teve a complacência, se não mesmo a cumplicidade, da Organização Mundial de Saúde, dirigida por um seu fervoroso fiel, a qual se opôs ao encerramento dos aeroportos, aconselhando a continuação do seu normal funcionamento.

A OMS foi mais longe, começando por desvalorizar a gravidade do vírus que, na altura, já enviara para a morgue largas centenas de chineses, procurando sossegar os países europeus quanto aos efeitos nefastos que aquele poderia provocar.

Percebe-se, assim, o comportamento inicialmente displicente das autoridade de saúde de muitos países, nomeadamente do nosso, em que a directora geral de saúde afirmava categoricamente, já este ano, que poderíamos estar descansados porque a probabilidade de sermos atingidos pelo vírus seria mínima.

Dificilmente lhe poderemos atribuir responsabilidades directas por não terem sido tomadas de imediato medidas de prevenção, atendendo a que, certamente, se deixou enganar pelo organismo que a nível mundial presta os necessários aconselhamentos quanto a doenças contagiosas.

Mais tarde, e já com a Europa a ferro e fogo por causa do alastrar do tal vírus que não era perigoso, a OMS criticou abertamente a atitude das autoridades norte-americanas em fecharem os aeroportos aos vôos provenientes da maioria dos países europeus, considerando-a inapropriada. Os resultados estão à vista, com os EUA na linha da frente do número de infectados.

Não é por acaso que os países que foram mais duramente penalizados pelo Covid-19 são exactamente aqueles que mais turistas provenientes da China recebem.

Veja-se o exemplo da Itália, que se viu autenticamente invadida por chineses durante o carnaval, parte deles já infectados, e que acabaram por contaminar toda a gente com quem se cruzaram, incluindo turistas de outras nacionalidades, que depois levaram consigo, para as suas terras, a doença que lhes foi transmitida.

Sem prejuízo de eventuais culpas que possam ser imputadas a alguns governos, pela demora na adopção de medidas eficazes no combate à disseminação do coronavírus, não tenhamos dúvidas que foi a conduta criminosa do regime chinês, amparada pelos seus amigos da OMS, que esteve na origem da mais grave crise com que o mundo se confronta desde o final da segunda guerra mundial.

Não estão somente em causa as milhares de vidas que já se perderam, e que ainda se vão perder, até porque não deverão divergir muito das provocadas por outras pandemias que nos visitaram, mas também, e sobretudo, as desastrosas consequências para a economia mundial, que nos espera, com a proliferação do desemprego, da miséria e da fome.

Infelizmente, e Deus queira que esteja enganado, as estatísticas pelo desaparecimento de vidas humanas por via do coronavírus, mas relativas a pessoas que não contraíram o vírus, vão  aumentar exponencialmente durante os próximos tempos.

Não se vai morrer da doença, mas sim da cura!

PS: No artigo que menciono no início deste texto, em momento algum procurei desvalorizar o Covid-19, comparando-o a uma simples gripe. O que disse, e baseando-me nos dados oficiais, foi que a taxa de mortes pela contaminação do vírus é, certamente, inferior à que tem sido divulgada, que de momento se cifra nos 2,8%. E por uma simples razão, grande parte dos infectados apresenta sintomas idênticos à de uma gripe, pelo que, e cumprindo o conselho da DGS, não recorre aos serviços de saúde.

Ainda recentemente a DGS veio corroborar esta minha ideia, quando admitiu a existência de muitos infectados que nem sequer apresentam sintomas de estarem doentes.

A taxa de mortos que nos é apresentada é assumida tendo em conta o número conhecido de infectados, não incluindo, obviamente, aqueles que são do desconhecimento das autoridades de saúde, que não são tão poucos como se possa imaginar.

Sendo assim, reafirmo-o, esta taxa, embora superior à observada na gripe, não se afasta desta tanto como nos tem sido sugerido.

Relembro, e estes números são oficiais, no ano passado morreram de gripe, em Portugal, 3000 pessoas.

 

Pedro Ochôa