SIPE defende que exames devem ser adaptados aos conteúdos dados presencialmente

O Ministério da Educação deve ter responsabilidade sobre as desigualdades sociais entre alunos e  “deverá proporcionar a cada aluno os meios tecnológicos necessários, através do apoio regional”.

O Sindicato Independente dos Professores e Educadores reagiu às medidas tomadas pelo Governo, esta quinta-feira, em relação ao funcionamento do 3.º período escolar, onde foi decidido que o terceiro período vai regressar na data suposta – 14 de abril – através do ensino à distancia, que os exames de 9.º ano e as provas de aferição serão canceladas, os exames de secundário adiados, entre outras medidas de combate à covid-19 no país. Costa sublinhou ainda que está a ser estudada uma forma de os alunos do 11.º e 12.º anos poderem voltar a ter aulas presenciais em maio das 22 disciplinas em que os alunos são sujeitos a exames. Apesar de sublinhar que "apoia as medidas tomadas pelo Governo e pelo Ministério da Educação" deixa 3 alertas. 

Primeriamente, o sindicato afirma que as escolas só devem ser reabertas se a Direção Geral de Saúde considerar que há segurança. "Neste contexto, e visto que, mesmo nessas circunstâncias, a pandemia não estará totalmente controlada, as turmas devem ser divididas em duas ou três de forma a manter o distanciamento dentro da sala de aula e nos corredores, e terão aulas em semanas alternadas", pode ler-se no comunicado enviado às redações. 

"O SIPE defende que apenas devem ir à escola as pessoas indispensáveis ao seu funcionamento, que deve ser distribuído material de proteção e deve ser implementado um protocolo de limpeza", acrescentam. António Costa já tinha referido que caso as aulas presenciais voltassem a realizar-se, ainda neste ano letivo, as pessoas que fazem parte dos grupos de risco estão dispensadas e disse que o Ministério de Educação irá distribuir máscaras para todos os que se encontrem dentro do estabelecimento escolar. 

Como segundo ponto, o sindicato afirma que deve haver o reforço das tecnologias para cada aluno e professor. "Infelizmente a ausência do acesso às novas tecnologias faz com que se acentuem as desigualdades e, por isso, temos de abrir o leque das possibilidades e recorrer a todos os instrumentos ao nosso alcance para minimizar a exclusão social, redobrando a atenção para os mais fragilizados", aponta o grupo, afirmando que o Ministério da Educação deve ter responsabilidade sobre esta situação e  "deverá proporcionar a cada aluno os meios tecnológicos necessários, através do apoio regional".

O sindicato defende ainda que "não devem, neste contexto, ser ministrados conteúdos novos no ensino básico e que devem ser apenas reforçados os conteúdos já leccionados anteriorimente. Apontam ainda que os exames de acesso ao ensino superior se devem adaptar aos conteúdos que foram ou serão dados de forma presencial.

Como nota final, o sindicato refere que o ínicio das atividades letivas do próximo ano "não tem necessariamente de acontecer durante o mês de setembro" e que "pode perfeitamente acontecer apenas no mês de outubro", concluem.