Aumentaram as infeções locais na China

Durante semanas, praticamente todos os casos de covid-19 registados na China vinham do estrangeiro. Agora, aumentaram as infeções locais, sobretudo no nordeste.

A China registou um decrescimento geral no número de casos registados de covid-19: esta terça-feira foram registados 46, quando no dia anterior tinha havido 89. Contudo, 10 destas novas infeções foram localmente transmitidas, oito delas na província de Heilongjiang, na fronteira com a Rússia, que se tornou na principal frente de batalha contra a covid-19 na China. Aumentam os receios de uma segunda vaga, levando Pequim a fechar a fronteira em Suifenhe. As autoridades chinesas chegaram ao ponto de oferecer uma recompensa de 5 mil renmimbi (cerca de 650 euros) por informações que levem à captura de pessoas que cruzaram a fronteira.

Foi por Suifenhe, que entretanto foi posta em isolamento, que regressaram milhares de cidadãos chineses vindos da Rússia. Já há quase 25 mil casos e 200 mortes na Rússia – e acusações de que o Governo estará a esconder casos. Se há menos de um mês o Presidente Vladimir Putin projetava uma grande confiança quanto à pandemia, pedindo aos cidadãos que não abusassem da "sorte russa", o seu tom mudou entretanto. "Temos muitos problemas", reconheceu ontem Putin. "Não há nada para nos gabarmos, e não devemos baixar a guarda", salientou.

Entretanto, este sábado começou a funcionar um novo hospital com 600 camas em Suifenhe, montado com a velocidade a que o Estado chinês nos habituou. "É normal haver uma ressurgência após uma grande epidemia, dado que o vírus não pode ser eliminado completamente dentro de uma curto espaço de tempo", explicou Yu Kaijiang, responsável pela resposta à covid-19 na cidade.