“Se correr como esperamos, em maio conviver com o vírus passa a ser um dado do dia a dia” afirma Marcelo

A  “luz ao fundo do túnel de que o primeiro-ministro falava” não só existe “como começa a ver-se ao fundo do túnel”

"É preciso continuar a dar o exemplo até ao final abril”, afirmou o presidente da República no final da reunião especialistas no Infarmed. "Se correr como esperamos, em maio conviver com o vírus passa a ser um dado do dia a dia”, declarou o chefe de Estado, acrescentando que “tudo se encaminha para a renovação do estado de emergência".

O presidente da República avisou que a 28 de abril haverá nova reunião para decidir o futuro imediato. Marcelo Rebelo de Sousa referia -se ao cenário de ser ou não levantado as restrições. De qualquer forma maio pode vir a ser um mês de transição mas tal “não significa correr riscos “, avisou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa apontou que é preciso “ganhar em abril o mês de maio” e se “abril correr bem até ao fim como esperamos, em maio os portugueses vão começar a habituar -se a ideia de conviverem socialmente com a realidade de um vírus que foi vencido naquilo que representava de um risco gravíssimo para a sociedade portuguesa, e passa a ser um dado da vida do dia a dia “

O chefe de Estado considerou ainda que “se abril correr bem “ tal fará com que “maio comece a ser progressivamente diferente”. Ou seja a “luz ao fundo do túnel de que o primeiro-ministro falava” não só existe “como começa a ver-se ao fundo do túnel “.

 No final o primeiro-ministro acabou por falar ao ser questionado se estava otimista. Na resposta. António Costa manteve a ideia de que é preciso “ganhar maio” durante o mês de abril. Porém, o governante admitiu o regresso a algum grau de normalidade terá de ser progressivo, gradual  até porque “não podemos estar todos fechados em casa” até haver uma vacina, algures no verão de 2021. José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS, alinhou o seu discurso com o do primeiro-ministro e já fala o PSD.

Ricardo Baptista Leite defende que o levantamento da quarentena deve ser gradual com passos seguros. O deputado do PSD explicou que o “levantamento alargado” da quarentena só é possível quando podermos identificar e controlar as cadeias de transmissão, um cenário que foi possível até o país entrar em fase de mitigação. O parlamentar adiantou que no próximo dia 28 ficará claro se haverá aulas presenciais para o 11 e o 12 ano de escolaridade.

Catarina Martins, do Bloco , deixa duas notas em particular: a situação de lares, que precisam de mais sítios de acolhimento. E volta a insistir na requisição de privados, designadamente, unidades fechadas, que podem dar uma resposta.  A segunda nota do Bloco serve para alertar,  que face a necessidade de se manter o confinamento , é preciso dar apoio a quem perdeu rendimentos. E ataca a distribuição de dividendos na EDP.

 Há para já duas conclusões desta reunião: deverá ser renovado por mais 15 dias o estado de emergência. Por outro lado, haverá sinais para se fazer um regresso parcial a normalidade em maio. Porém, sempre com restrições.

 Jorge Pires, do PCP,  insiste que é necessário ter respostas mais céleres quando se for reabrindo a economia para quem perdeu rendimentos. “É preciso salvaguardar a saúde pública “, afirma o dirigente comunista, mas o PCP rejeita “qualquer medida” de controlo mais apertado das liberdades individuais. De realçar que o PCP absteve-se na votação do Estado de emergência.

O líder do CDS diz que o maior abrandamento das medidas de restrição terá de ser gradual e assimétrica. Francisco Rodrigues dos Santos defende que é preciso avançar com testes sorologicos. Isto de forma a que as pessoas possam, no futuro, regressar à sua atividade.