AR aprova renovação do estado de emergência e Costa anuncia que creches podem ser reabertas em maio

“É importante olhar para o passado, mas é, sobretudo, muito importante começar a olhar para o futuro”, afirmou o primeiro-ministro no debate da segunda renovação do estado de emergência.

A Assembleia da República aprovou, esta quinta-feira, a segunda renovação do estado de emergência, que irá então prolongar-se até 2 de maio. A votação contou com votos a favor do PS, PSD, CDS, PAN e BE, as abstenções do PEV e do Chega e com os votos contra do PCP, IL, e da deputada não inscrita Joacina Katar Moreira.

O decreto proposto por Marcelo Rebelo de Sousa prevê que possa existir uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".

No discurso que fechou o debate sobre a renovação do estado de emergência, o primeiro-ministro afirmou esperar que esta seja a última vez que o estado de emergência. “Em 46 anos de democracia, em 44 anos de Constituição esta foi a primeira vez que foi necessário decretar o estado de emergência e renová-lo”, sublinhou.

António Costa anunciou ainda que gostaria que as creches voltassem a funcionar já em maio.

“Gostaria muito que as crianças do pré-escolar pudessem voltar a conviver, porque é importante que convivam sem estarem confinadas no seu espaço familiar”, afirmou o primeiro-ministro.

Também o restabelecimento dos serviços do Estado está a ser ponderado pelo primeiro-ministro, que afirmou que a "administração pública tem de transmitir ela própria a confiança necessária aos cidadãos para que possamos retomar a vida normal”.

"E se este último mês foi decisivo para cumprir um objetivo que era o de conter a pandemia sem matar a economia, aquilo que nós temos que agora garantir é que temos que começar a reanimar a economia sem deixar descontrolar a pandemia", afirmou, no início da sua intervenção. António Costa afirmou ainda que é preciso que todos os portugueses aprendam a conviver com o vírus "de modo seguro" já que é esperado que uma vacina apenas esteja pronta daqui a "ano ou ano e meio".

Considerando impossível prolongar o estado de emergência durante este período, o primeiro-ministro afirmou que os próximos 15 dias serão fundamentais para que o mês seja a altura em que, "de um modo seguro" seja retomada "não a normalidade da vida, que essa só a poderemos ter quando houver vacina, mas podemos retomar a capacidade de poder viver em condições de maior normalidade com a garantia de que a pandemia se mantém controlada".