O ponto de não retorno

Só a intervenção do PR tem características para ser a garantia da voz ‘super omnes’.  O maio da sua preferência declarada é o tempo exato do ponto do não retorno.

Em bom rigor, as linhas de orientação das organizações do setor adiaram fechos de fronteiras, supressão de ligações aéreas, métodos de controle de casos suspeitos, fecho de escolas e empresas, uso de máscaras.

Constatámos, depois, que a pressão das circunstâncias nos levou a não poder esperar pelas decisões dos outros.

E, assim, verificamos que os países mais bem sucedidos nesta luta têm sido aqueles cuja decisão própria foi mais expedita.

Mesmo quanto à magna questão de ficar ou não em casa, ninguém conseguiu alternativas.

Alguns beneficiaram da tolerância geral.

Outros, cujos líderes são profundamente estranhos e ousaram defender radicalmente o contrário, foram atropelados com estrondo.

O problema foi a insuficiência dos meios de resposta, a avalanche de casos, a espiral das mortes, as carências absolutas, a exaustão.

A única receita comum foi evitar contactos e contágios. Aguentar.

No meio de tudo o extraordinário ato de superação dos profissionais de saúde e dos demais indispensáveis.

Não havia, portanto, lugar nem tempo para discutir a economia.

Só que um ou outro ministro das Finanças e as instituições internacionais revelaram o panorama negro que se avizinha.

No nosso caso, a recessão conduz-nos a um passado doloroso.

Talvez nos salve a diferença.

Este problema toca a todos, não houve culpa pela dissipação. Pensámos.

Iguais a si mesmos, os holandeses continuaram a ser holandeses e criaram o inimigo externo em reciprocidade.

Mas a questão é geral.

Logo, a resposta tem de ser outra e diferente e o caminho abre-se.

Porquê? Porque a situação é insustentável.

Como retomar a atividade sem comprometer, sem voltar tudo ao princípio, sem assegurar a confiança e as condições?

As instituições internacionais pronunciam-se a medo.

A comissão europeia é clara.

Com a estabilização da evolução descendente, a garantia da suficiência dos recursos da saúde, o cumprimento da proteção dos mais débeis e das regras de convivência social.

Não é com a multiplicação televisiva de um primeiro-ministro otimista, nem com o silêncio decretado pelas próprias oposições que se conquista o caminho.

Vamos assistir a aproximação sucessivas, a tentativas várias.

Falta, para isso, responder a muitas interrogações.

Mas falta, principalmente, um programa detalhado, sério. Algo partilhado por todos quantos queiram e possam contribuir com propostas sérias. No governo e na oposição. Pronto a ser executado.

Não podemos esperar que o único critério de confiança seja o do uso da máscara, tão maltratado durante os últimos tempos.

Pode ser outro, pode ser a mais recente informação que resulta do coeficiente de contágio que oferece um número e um limite.

Seja como for, a retoma da atividade não se sustenta com a publicidade do político que é filmado na chegada dos aviões nem com a abstenção da contradita.

No nosso sistema e nas nossas condições só a intervenção do Presidente da República tem características para ser a garantia da voz ‘super omnes’, só ele tem a chave da solução e da oportunidade.

Goste-se ou não, o maio da sua preferência declarada é o tempo exato do ponto do não retorno.