Se a resposta for austeridade será “mais uma década perdida”, avisa Siza Vieira

Ministro defende que políticas de austeridade agravam a recessão e não devem ser impostas aos países.

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, esteve, esta terça-feira, na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, para falar sobre as consequências económicas da pandemia de covid-19.

"Se a resposta da União Europeia forem políticas de austeridade, podem ter certeza que vamos ter mais uma década perdida", afirmou. "Na resposta a uma crise com estas características, políticas de austeridade agravam a recessão e não podem ser impostas aos países. Isto é claro e inequívoco", defendeu perante os deputados da comissão.

Usando um dos termos mais ouvidos nos últimos tempos quando o tema é a UE, o ministro sublinhou que a resposta à crise "não é uma questão de solidariedade europeia", mas sim "uma questão de interesse próprio de toda a União Europeia".

O ministro fez questão de sublinhar que as medidas do Governo como resposta à crise não passam por diminuir despesa e aumentar impostos, mas admitiu que seja provável um crescimento do desemprego.

Siza Vieira adiantou que os critérios de convergência europeus estão suspensos, "seguramente para os próximos dois anos" e que o país tem de "digerir o custo da recessão" de forma a não contaminar esses critérios estabelecidos para os Estados-membros.