“Os que atacaram a cerimónia” são os que vão dizer que foi um “fracasso porque estava pouca gente”

Ferro Rodrigues reitera que celebrar o 25 de Abril não é um “luxo” e lembra que o modelo da cerimónia não veio da sua cabeça, foi antes sugerido pelos sociais-democratas.

“Os que atacaram a cerimónia” são os que vão dizer que foi um “fracasso porque estava pouca gente”

O presidente da Assembleia da República adiantou, em entrevista ao Público, que o modelo das comemorações dos 46 anos do 25 de Abril lhe foi proposto pelo PSD e voltou a criticar os que ‘atacam’ a cerimónia.

Ferro Rodrigues reiterou a importância de assinalar os 46 anos do 25 de Abril no Parlamento e vai mais longe dizendo que “faria muito pouco sentido a AR estar ao serviço do país para votar três estados de emergência e, depois, fechar no dia 25 de Abril”. E acrescentou: “Seria qualquer coisa de incompreensível para toda a gente, penso eu”.

Sobre os críticos da cerimónia, o presidente da Assembleia arriscou uma previsão: “Vão ser os mesmos que atacaram a cerimónia, depois, a dizerem que foi um fracasso porque estava pouca gente. Não é preciso ser-se mágico para ter esta expectativa”.

Por falar na polémica, fez questão de sublinhar que a “cerimónia não é luxo nenhum” e lembrou que se inicialmente se apontava para a presença de 130 pessoas, agora vão ser muito menos, possivelmente à volta de cem pessoas. “Haverá a possibilidade de haver um número, se calhar, inferior a 50 deputados e à volta de 25 ou 30 convidados. Portanto, é um bocado ridículo falar em perigos para a saúde pública ou em luxo”.

Quanto às distância segura entre deputados e convidados, Ferro Rodrigues disse que o “grande problema vai ser preencher, de forma digna, esta AR, que é muito grande, tem várias galerias e vários andares”. E defendeu: “Vai ser demonstrável facilmente, pela televisão, que todos aqueles que evocaram perigos para a saúde pública para a não realização desta cerimónia estavam equivocados ou estavam a querer manipular esta situação”.

Vai ser mantido o distanciamento social, mas não vai ser obrigatório qualquer meio de proteção individual. “Mas alguma vez foi obrigatório o uso de máscaras aqui na AR?”, questiona Ferro Rodrigues, acrescentando que “na reunião com a Direcção-Geral da Saúde não houve nada nesse sentido”.

Questionado sobre o facto de não ter optado pelo quórum de um quinto com que o Parlamento tem estado a funcionar, disse que o modelo das celebrações foi uma proposta que “surgiu pela mão do PSD” e que tinha todas as condições para ter um apoio generalizado. “E assim foi, foi apoiada por deputados representativos de 95% dos deputados”.

Sobre a ausência já anunciada do líder do CDS, Ferro Rodrigues admite que lamenta, mas que entende a posição.

“Gostava que ele estivesse presente, mas compreendo. Depois das posições que foram aqui assumidas pelo grupo parlamentar, o CDS-PP corria o risco de ser interpretado como entrando em contradição”, afirmou.