Índia irá utilizar pulseira para vigiar infetados com coronavírus

Estas pulseiras, que replicam um projeto semelhante em Hong Kong, serão usadas para monitorizar os movimentos dos pacientes em quarentena, tanto em casa como nos hospitais, e qualquer aumento na temperatura corporal.

A Índia anunciou esta quarta-feira, dia 22 de abril, que planeia fabricar milhares de pulseiras que servirá para monitorizar a localização e a temperatura dos pacientes com o novo coronavírus.

Este projeto irá auxiliar os profissionais de saúde e aqueles que prestam serviços essenciais num momento em que a Índia aumenta a vigilância quando começa a flexibilizar um dos mais rígidos confinamentos do mundo devido à pandemia de covid-19.

A Índia tem 19.984 casos confirmados do novo coronavírus, incluindo 640 mortes, e especialistas temem que o pico da epidemia ainda possa demorar semanas.

Espera-se que milhares de pulseiras sejam distribuídas, mas um número exato não foi divulgado.

As pulseiras replicam um projeto semelhante em Hong Kong, em que as autoridades usavam faixas para monitorizar os viajantes estrangeiros ordenados ao auto-isolamento.

A empresa estatal Broadcast Engineering Consultants India apresentará projetos de pulseiras para hospitais e governos estaduais na próxima semana e trabalhará com outras empresas indianas para as fabricar.

George Kuruvilla, presidente da empresa, disse que as pulseiras provavelmente serão lançadas em maio.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pediu aos cerca de 1,3 mil milhões de habitantes que descarreguem uma aplicação do Governo de rastreamento de contactos, designada Arogya Setu, para ajudar a determinar o risco de infeção.

O carregamento da aplicação foi já foi realizado mais de 50 milhões de vezes desde o lançamento, no passado dia 02 de abril.

George Kuruvilla disse que as pulseiras poderiam integrar os dados recolhidos no aplicativo.

Kuruvilla declarou que as pulseiras serão usadas para monitorizar os movimentos dos pacientes em quarentena, tanto em casa como nos hospitais, e qualquer aumento na temperatura corporal.

A pulseira enviará um alerta às autoridades de saúde pública se os pacientes saírem da zona de quarentena. O dispositivo também terá um botão de emergência que os utentes podem usar para pedir ajuda.

A pulseira informará os profissionais de saúde se as pessoas que encontrarem estiveram em áreas de alto risco ou em contacto com uma pessoa infetada, ajudando os que prestam serviços essenciais, como distribuição de mantimentos ou medicamentos.

A pulseira permite registar todos os locais que uma pessoa infetada visitou, as rotas que percorreu, determinará se viajaram para o estrangeiro e identificará os que entraram em contacto com o portador.

O dispositivo também informará os portadores se uma pessoa doente está próxima e vai ajudar ainda na criação de uma cerca geográfica, ou um perímetro virtual, em torno das áreas que são monitorizadas, como locais de reuniões comuns, transportes públicos ou locais para reuniões religiosas.

Uma pessoa que sai ou entra no perímetro virtual pode ser alertada através da pulseira.