Enfermeiro português que cuidou de Boris Johnson reage a palavras do primeiro-ministro: “Foi a mensagem mais honesta que vi”

O enfermeiro admite ter ficado “nervoso” quando lhe disseram que iria ser um dos responsáveis por cuidar de perto Boris Johnson. “A responsabilidade que eu tinha nas minhas mãos era muito grande. Eu realmente não sabia como o tratar – devo chamá-lo de Boris, Sr. Johnson ou primeiro-ministro?”, acrescentou Luís Pitarma

Um dos enfermeiros portugueses mais conhecidos em Portugal e no Reino Unido, Luís Pitarma, reagiu, esta quinta-feira, às palavras de agradecimento de Boris Johnson, depois do profissional de saúde ter sido um dos responsáveis pela sua recuperação na luta contra a covid-19, numa nota partilhada pelo Hospital de St. Thomas, onde o primeiro-ministro britânico esteve internado e o enfermeiro português trabalha há mais de quatro anos.

Luis Pitarma, natural de Aveiro, afirma ter ficado "comovido" quando o primeiro-ministro britânico mencionou o seu nome e lhe agradeceu diretamente pelos seus cuidados, através das redes sociais e em plena conferencia de imprensa, já depois de ter abandonado o hospital. "Não tenho palavras para descrever como me senti quando vi [o vídeo]. Deixou-me bastante comovido. Fiquei realmente surpreendido, mas muito feliz. Eu nunca pensei que teria um destaque assim. A mensagem do primeiro-ministro realmente veio do coração. Foi a mensagem mais honesta que eu já vi", confessou."Espero poder encontrá-lo novamente um dia, quando ele estiver totalmente recuperado", disse o enfermeiro. 

"E espero que não se importem se eu mencionar em particular dois enfermeiros que ficaram ao meu lado durante 48 horas quando as coisas poderiam ter dado para o torto. São a Jenny da Nova Zelândia, Invercargill, na Ilha Sul, para ser exato, e Luís, de Portugal, perto do Porto", disse o chefe do governo. 

O enfermeiro admite ter ficado "nervoso" quando lhe disseram que iria ser um dos responsáveis por cuidar de perto Boris Johnson. "Estavam confiantes que eu iria lidar bem com a situação. Mas eu senti-me nervoso no início – ele era o primeiro-ministro",admitiu."A responsabilidade que eu tinha nas minhas mãos era muito grande. Eu realmente não sabia como o tratar – devo chamá-lo de Boris, Sr. Johnson ou primeiro-ministro?", Acrescentou o português. 

No primeiro contacto com Boris, o enfermeiro perguntou-lhe como é que este gostaria de ser tratado. “Ele disse para o chamar Boris. Isso deixou-me menos nervoso, ele retirou qualquer formalidade que poderia existir entre nós. Ele só queria ser cuidado como qualquer outra pessoa"

Apesar de tudo o que aconteceu com o primeiro-ministro o ter deixado abismado, o português afirma que o mais "surreal" de toda a situação foi ter recebido uma chamada de Marcelo Rebelo de Sousa a agradecer-lhe pelo trabalho. "Foi surreal, mas fiquei muito orgulhoso de receber o telefonema dele. Ele mostrou-se agradecido pelo que fiz, por ser enfermeiro e por representar o país", revelou o enfermeiro, que foi convidado para visitar o Palácio de Belém quando estiver em Portugal.

"Ser agradecido pelo primeiro-ministro e pelo Presidente português nas mesmas horas foi incrível, eu realmente não podia acreditar no que estava a acontecer. Aparentemente, eu sou uma celebridade em Portugal agora! É ótimo conseguir mais reconhecimento para os enfermeiros de lá", sublinhou.

Sobre que passos se seguem na sua vida profissional, Luís afirma que é importante "continuar o trabalho normalmente. Outros pacientes precisam do mesmo nível de atendimento que o primeiro-ministro. Há vidas para salvar e uma equipa para apoiar".