À sombra do Parlamento

E o Parlamento lá vai assinalar hoje a passagem de mais um aniversário do 25 de Abril – não é redondo, é o 46.º.

Com o país em estado de emergência e unido no combate à covid-19, sacrificando praticamente tudo, a começar pela liberdade de circular, de se reunir, de se manifestar, de simplesmente estar junto da família e sobretudo dos seus doentes, ou com os mais velhos, ou até com os seus mortos, circunscrita que está a última homenagem a grupo muito restrito de familiares.

«Um disparate», como diz João Soares, também ele insuspeito de ser «facho» e de não defender o ‘espírito de Abril’ e da Liberdade.

Curiosamente, foi aqui no SOL que Vasco Lourenço, há semanas (edição de 28 de março) lançou a muito mais feliz ideia de, este ano e face ao confinamento, Portugal celebrar o 25 de Abril cantando à mesma hora (15h) nas janelas e varandas de todo o país a canção que foi senha e se tornou símbolo da revolução dos cravos: Grândola, Vila Morena.

Sem polémicas nem complexos ideológicos antidemocráticos nem agarrado a tradições inconsequentes, em que esta nova ‘brigada do reumático’ se acha com direitos diferentes de todos aqueles que pretende obrigar a ficarem confinados em casa durante meses, em nome da sua ‘proteção’ sanitária e marimbando-se para os mais elementares direitos humanos de toda uma geração que, por ironia, foi a que mais viveu o 25 de Abril no esplendor da sua juventude.

 

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