No regresso ao trabalho, Boris Johnson pede “paciência” perante aquele que é “o maior desafio desde a guerra”

De regresso ao trabalho, Boris Johnson pediu “paciência” aos britânicos e assegurou que já está a planear a reabertura do país. Mas para já, reconhece que o país não pode “perder o controlo” do vírus.

No regresso ao trabalho, Boris Johnson pede “paciência” perante aquele que é “o maior desafio desde a guerra”

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de 55 anos, regressou, esta segunda-feira ao trabalho, após recuperar da covid-19. Em Downing Street, o governante admitiu que a pandemia” é o maior desafio desde a guerra" e pediu aos britânicos que continuem a tomar medidas para conter a propagação da pandemia e evitar uma nova vaga.

“Lamento ter-me mantido ausente da minha secretária por muito mais tempo do que gostaria, e quero agradecer a todos aqueles que deram um passo em frente, em particular Dominic Raab, que fez um trabalho fantástico", começou por dizer o primeiro-ministro britânico, em conferência de imprensa.

"Mais uma vez, quero agradecer ao povo deste país pela coragem que demonstrou e continua a demonstrar. Sei que, a cada dia, este vírus traz mais tristeza e luto às casas de todo o país. Continua a ser verdade que este é o maior desafio que este país atravessou desde a guerra. Não quero minimizar os problemas que atravessamos, mas também é verdade que estamos a fazer progressos nas admissões nos hospitais e no número de pacientes covid-19 nas unidades de cuidados intensivos. Há sinais reais de que estamos a atravessar o pico. Graças ao vosso bom senso, altruísmo e espírito de comunidade, estamos prestes a finalizar essa primeira missão de impedir que o nosso serviço nacional de saúde fique sobrecarregado da maneira trágica que vimos noutros locais. É assim que estamos a começar a inverter a maré”, acrescentou.

Boris Johnson pediu "paciência" aos britânicos e assegurou que já está a planear a reabertura do país.

“Deixem-me falar diretamente à economia britânica: percebo a vossa impaciência e ansiedade. Sei que, sem o nosso setor privado, não haverá economia, não haverá dinheiro para pagar os nossos serviços públicos nem maneira de financiar o serviço nacional de saúde. Consigo ver as consequências a longo prazo da quarentena tão claramente quanto qualquer pessoa. Partilho a vossa urgência, é a urgência do governo, mas temos que reconhecer o risco de um segundo pico, de perder o controlo do vírus”, disse, realçando que “isso significaria, não só uma segunda vaga de morte e doença, como também um desastre económico”.

“Sei que é duro, e quero que esta economia regresse o mais rapidamente possível, mas recuso descartar todos os esforços e sacrifícios do povo britânico e arriscar uma segunda vaga. Peço-vos que contenham a vossa impaciência, porque acredito que estamos a chegar ao fim da primeira fase deste conflito”, reiterou.

Boris Johnson pediu otimismo e energia e deu o exemplo de Tom Moore, um veterano britânico da II Guerra Mundial, que se tornou popular por lançar uma campanha para arrecadar dinheiro para os profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate ao coronavírus.

“Iremos depender da ciência, mas também procuraremos construir os maiores consensos na indústria e entre partidos, ouvindo os partidos da oposição o mais possível. Posso dizer-vos que há semanas que decorrem preparações que nos permitam vencer a segunda fase deste desafio. Continuem a fazer o que têm feito, a ajudar a que o serviço nacional de saúde salve vidas. Se nós, enquanto país, conseguirmos demonstrar o mesmo espírito de otimismo e energia demonstrados pelo capitão Tom Moore, que faz 100 anos esta semana, e a mesma união que todos demonstrámos nas últimas semanas, não tenho qualquer dúvida de que iremos vencer, ultrapassar isto o mais rapidamente possível e o Reino Unido emergirá mais forte do que nunca", rematou.