“A realidade confirma as opções do Governo PS contrárias aos interesses nacionais”

Jerónimo de Sousa critica socialistas e garante que estado de emergência agravou a “exploração”

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu, em conferência de imprensa, que “o estado de emergência, imposto e prolongado por iniciativa do Presidente da República e com apoio de PS, PSD, CDS e BE, sendo desnecessário e desproporcional no combate de saúde pública contra a epidemia, revelou-se como instrumento útil ao capital para os seus objetivos”. 

Na apresentação da resolução da Comissão Política do Comité Central para responder aos impactos da pandemia a nível económico e social, Jerónimo defendeu que o surto epidémico está a ser utilizado como pretexto para os grupos económicos agravarem “a exploração, garantir lucros e acelerar a concentração e centralização de capital”. E acrescentou: “A realidade confirma igualmente as opções do Governo PS contrárias aos interesses nacionais, bem como o aproveitamento por parte de PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal para branquear o seu posicionamento e projetar valores e conceções reacionárias”.

O secretário-geral dos comunistas criticou ainda as medidas anunciadas pela União Europeia, porque “não só não visam garantir os direitos dos trabalhadores e dos povos como continuarão a aprofundar inaceitáveis assimetrias, desigualdades e relações de dependência”.

Para o PCP, a União Europeia está a empurrar “os países para uma espiral de endividamento” e “as opções do Governo PS e os projetos de forças reacionárias, submetidos ao euro e às imposições da União Europeia, constituem um obstáculo à concretização da política de que o País necessita e deixam campo aberto para que sejam os interesses dos grupos económicos a determinar o percurso da vida e da economia nacionais”.

Para combater a crise provocada pela pandemia, o PCP defende um “ambicioso” programa de ampliação e reforço do emprego público. “No imediato é necessário assegurar o pagamento dos salários por inteiro a todos os trabalhadores (recorrendo a um fundo público quando necessário), proibir os despedimentos, alargar os apoios sociais, garantir a proteção e defesa da saúde dos milhares de trabalhadores que asseguram funções essenciais”, acrescentou Jerónimo de Sousa. 

Os comunistas alertam ainda para “as manobras em curso que, a pretexto do combate desenvolvido pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao surto epidémico, pretendem entregar novas valências, funções e recursos públicos aos grupos privados de saúde, fazendo depender destes, das suas pressões e chantagens, a garantia do direito à saúde”. Jerónimo de Sousa defendeu que a resposta aos ataques ao SNS passa pela “contratação de novos profissionais, a sua valorização remuneratória e das suas carreiras”, bem como pelo reforço “em meios, equipamentos e instalações que permitam um salto qualitativo no direito