Prepara-se mais um candidato às presidenciais norte-americanas

Justin Amash, libertário e ex-republicano, não tem quase hipótese nenhuma ganhar. Mas, se tirar votos suficientes aos principais candidatos, pode desequilibrar a balança.

A maquinaria do Partido Republicano perfila-se a atrás do Presidente Donald Trump, a dos democratas atrás de Joe Biden, mas eis que começa a surgir um novo concorrente na refrega: o congressista Justin Amash lançou um comité exploratório à nomeação a candidato do pequeno Partido Libertário. Poderia ser um fait divers, se Amash não arriscasse tirar votos aos principais concorrentes. Por um lado, o ex-republicano pode ficar com votos dos poucos republicanos descontentes com Trump. Por outro, não é inconcebível que roube eleitores indecisos, mas mais à direita, a Biden.

Amash, um congressista do Illinois eleito pelos ultra-conservadores do Tea Party em 2010, sempre foi dos mais persistentes críticos do Presidente Donald Trump dentro dos republicanos. A sua rutura com o partido já era expectável, mas concretizou-se a 4 de julho, quando votou a favor da destituição do Presidente. “Estamos prontos para uma presidencia que restaure o respeito pela nossa constituição e una as pessoas”, tweetou Amash.

Contudo, a sua candidatura pode ter o efeito contrário do pretendido. É que a aprovação de Trump continua esmagadora entre republicanos – 93%, segundo a Gallup. Amash pode muito bem tirar votos a Biden e “pôr as eleições nas mãos de Trump”, avisou Joe Walsh, um dos silenciosos candidatos à nomeação republicana, em 2020, no Washington Port.  “Amash seria um candidato maravilhoso”, tweetou sarcasticamente Trump. “Ainda gosto mais dele que da Jill Stein”, acrescentou, referindo-se à habitual candidata dos verdes.