A partir de hoje, doentes recuperados podem inscrever-se para doar plasma convalescente para ajudar infetados

De acordo com Maria António Escoval, diretora do IPSD, este processo “teve eficácia terapêutica em outros países”. 

De acordo com o balanço das autoridades de saúde, existem 25.524 casos confirmados de covid-19 em Portugal, mais 242 do que os dados partilhados no domingo, o que representa um aumento de 1%.

Há 813 casos em internamento, menos 43 pessoas do que ontem, dos quais 143 estão em unidades de cuidados intensivos, menos 1 caso do que no domingo. 85,9% dos infetados estão em tratamento domiciliar.

Há registo de 1712 casos de recuperação. O número de vítimas mortais subiu para 1063. A taxa de letalidade global é de 4,2% e em pessoas com mais de 70 anos é de 14,9%.

Desde o dia 1 de março, foram realizados cerca de 450 mil testes à covid-19, sendo que o dia 30 de abril foi onde foram registadas mais amostras diárias – mais de 16.200 testes. Em média, durante o último mes, foram feitos 11.500 testes diários.

António Sales aponta ainda que há 175 mil utentes inseridos no trace-covid – pessoas que foram ou estão a ser acompanhados em casa por um profissional de saúde. A linha de aconselhamento psicológico da SNS24 já recebeu mais de 200 chamadas e a linha de atendimento para surdos mais de 30 pessoas através de vídeochamada. A colheita de plasma de sangue de doentes recuperados vai começar este mês, em 10 unidades de saúde do país. A transfusão do plasma convalescente é uma técnica que já foi utilizada em outros países infetados pela covid-19, como a China.

De acordo com Maria António Escoval, diretora do IPSD, este processo "teve eficácia terapeutica em outros países". Outros países como Portugal também vão começar a iniciar a transfusão de plasma convalescente em maio, um processo aconselhado pela OMS. A partir de hoje os doentes recuperados podem inscrever-se para doar plasma convalescente e ajudar na luta contra a covid-19.

Maria António Escoval apelou ainda a todos os portugueses que não deixem de doar sangue, visto inúmeros doentes não covid-19 também precisarem de serem submetidos às transfusões de sangue.

Em relação à opinião de Marcelo Rebelo de Sousa sobre as celebrações do Dia do Trabalhador, partilhada esta segunda-feira, onde o Presidente da República afirma que pensava que iria ser diferente e compreende as críticas feitas à organização das mesmas por parte da população, António Sales afirma que não irá comentar a opinião de Marcelo Rebelo de Sousa. Mas garante que a função das autoridades de saúde é a "definição de regras sanitárias de acordo com a melhor evidência a cada momento e a cada momento algo vai evoluindo e mudando. As realidades de hoje nao eram as realidades de ontem", sublinha.

Durante este período, "as situações de transplantação ocorreram em urgência e super urgência", disse Maria Antónia Escoval. "Para a questão de doação necessitamos de cuidados intensivos e também para a recuperação após cirurgia dos transplantados", disse. Manteve-se "alguma atividade da transplantação", mas registou-se "uma quebra em relação ao período homólogo", admite.

Questionada sobre as escolas ainda não terem recebido orientações por parte das autoridades de saúde sobre o regresso dos alunos de décimo primeiro e décimo segundo ano aos estabelecimentos de ensino, Graça Freitas diz que a DGS está a trabalhar com o Ministério da Educação sobre as regras que devem ser estabelecidas. "Quando acharem pertinente e necessário vão sair as indicações para as escolas", acrescentou.

Sobre as situações em que devem ser utilizadas uma máscara e uma viseira, Graça Freitas aponta que devem continuar a ser cumpridas "as regras do distanciamento social" e também a "regra da higiene das mãos", "com máscara ou sem máscara, com viseira ou sem viseira".

"A viseira não dispensa a máscara", diz a diretora-geral, indicando que a máscara deve abranger a boca e o nariz. "Deve ser usada com muita precaução". 

"Em testes por milhão de habitantes, temos 41.860 testes. Estamos apenas atrás de países como o Luxemburgo, Malta e outros pequenos países. Há uma capacidade de testagem muito reforçada", sublinha o secretário geral da Saúde.

Questionada sobre o regresso das visitas aos lares, Graça Freitas afirma que não quer que os utentes "se sintam isolados ou abandonados" mas lembra que é necessário manter "contenção e regras nessas visitas" e garantir a segurança. Essas regras estão a ser analisadas e depois serão discutidas com o Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social e com as entidades gestoras dos lares.