PSP apanha advogado que ajudou gangue em assalto violento

Vítimas com mais de 60 anos foram agredidas para entregar bens e dinheiro no valor de 46 mil euros.

A história passou-se em novembro e parece ter sido tirada de um filme. Um advogado da região Norte encomendou a um grupo violento um assalto à casa de um casal, em Famalicão. O mandante sabia que as duas vítimas, com mais de 60 anos, guardavam bens e dinheiro em casa e propôs aos assaltantes que em troca das informações lhe dessem uma parte do resultado do assalto – o que foi aceite. Mas para o azar do advogado e dos membros do gangue os telefones destes últimos estavam sob escuta no âmbito de um outro inquérito. Ontem, o advogado suspeito de ter encomendado o crime violento foi detido pela PSP em Lisboa.

Gangue avançou depois de informações de advogado Fontes ligadas ao processo contaram à TVI – estação que noticiou a história e já havia falado com as vítimas – que quando no final do ano passado o grupo armado decidiu avançar já sabia que ia encontrar uma quantia significativa em dinheiro – roubaram 16 mil euros em dinheiro e ouro, que terá um valor aproximado de 30 mil euros. O assalto aconteceu durante a noite e o que os assaltantes não sabiam é que já estavam a ser monitorizados.

Na altura a mulher contou à TVI como deu conta de tudo: “Ouvi um barulho muito esquisito, coisas a bater, algo muito estranho. Olho e vejo dois encapuzados, que me mandaram estar calada”.

“Disseram-me: ‘vamos matar o teu marido, vamos matá-lo’! O meu marido já estava cheio de sangue e deitado de barriga para baixo”, continuou, explicando que o marido ainda tentou resistir num primeiro momento a dar o código do cofre onde estavam os bens.

Polícia montou operação na A1, à entrada de Lisboa Nesse dia, elementos da PSP, que estavam a monitorizar o caso, montaram uma operação junto às portagens de Alverca tendo conseguido apanhar logo dois dos elementos do gangue. Dias depois outro suspeito foi detido e um outro continua em fuga.

Ontem foi a vez de ser detido o advogado que é considerado o mandante do crime, sendo hoje presente a juiz para ficar a conhecer as medidas de coação. Se forem iguais às dos membros do gangue já apanhados, ficará em prisão preventiva – a medida mais gravosa.