Banco Montepio fecha 2019 com lucros de 21,7 milhões de euros

As comissões líquidas atingiram 121,5 milhões de euros em 2019, um crescimento de 2,7% face a 2018, enquanto os custos operacionais caíram 2,1% para 254,3 milhões.

O Banco Montepio registou resultados líquidos consolidados de 21,7 milhões de euros em 2019, um aumento de 59,6% face aos 13,6 milhões de euros registados em 2018. A instituição financeira explica que, esta “evolução favorável foi suportada nos desempenhos do produto bancário, que aumentou 13,8%, e dos custos operacionais, que diminuíram 2,1%”.

A margem financeira totalizou 236,8 milhões de euros em 2019, comparando com 248,1 milhões de euros no ano anterior, “evidenciando os impactos desfavoráveis das taxas de juro de mercado, que se mantêm historicamente baixas, e da gestão do pricing nos clientes de bom risco”, revela, em comunicado. 

As comissões líquidas atingiram 121,5 milhões de euros em 2019, um crescimento de 2,7% face ao valor registado em 2018, “ao incorporarem o desempenho positivo das comissões relacionadas com operações com títulos, com a cobrança e administração de valores e com cartões”. 

Os resultados em operações financeiras totalizaram 49,9 milhões de euros – no ano anterior tinham-se fixado em 10,9 milhões de euros – e refletem “os maiores ganhos realizados no decurso do terceiro trimestre de 2019 com a carteira de dívida pública portuguesa e estrangeira”.

Os outros resultados de exploração ascenderam a 13,6 milhões de euros em 2019, comparando favoravelmente com os apurados no ano anterior, para os quais contribuíram essencialmente os ganhos realizados com a venda de uma carteira de ativos não core e com a alienação de títulos.

Os custos operacionais caíram 2,1% ao evoluírem de 259,6 milhões de euros em 2018 para 254,3 milhões de euros em 2019, refletindo “o efeito das medidas implementadas com vista à redução de custos, nomeadamente ao nível do desempenho observado nos gastos gerais administrativos, em particular nos custos com consultoria e com conservação e reparação de imóveis”.

A imparidade do crédito totalizou 120,3 milhões de euros, um aumento de 48 milhões de euros face ao valor contabilizado em 2018, como resultado do esforço encetado pelo Banco com vista a assegurar adequados níveis de cobertura da carteira de crédito.

As outras imparidades e provisões, relacionadas com outros ativos financeiros, outros ativos e provisões, ascenderam a 20,8 milhões de euros  em 2019, situando-se em linha com os 20,3 milhões de euros  contabilizados em 2018.

O total de impostos correntes e diferidos foi apurado tendo por base as realidades que contribuíram para a formação dos resultados e o respetivo enquadramento fiscal, nomeadamente no que respeita à constituição e reversão de diferenças temporárias e à identificação de diferenças permanentes.

O contributo das operações em descontinuação reflete a apropriação em base consolidada dos resultados apurados pelo Finibanco Angola, na proporção da participação detida pelo Grupo no capital social, e também o efeito associado a esta participação, no contexto dos processos que têm vindo a ser conduzidos com vista à sua desconsolidação.

O crédito a clientes líquido evoluiu de 12.095 milhões de euros em 31 de dezembro de 2018 para 11.465 milhões de euros no final do exercício de 2019, “traduzindo os impactos associados à venda de uma carteira de créditos non performing concretizada no âmbito da implementação da estratégia de redução da exposição em ativos não produtivos, por um lado, e da adoção de uma política prudente na assunção de risco de crédito, por outro. Adicionalmente, assinala-se o crescimento do crédito nas empresas, com destaque para o segmento de grandes empresas”, revela em comunicado.

A qualidade da carteira de crédito, avaliada pela proporção dos non performing exposures (NPE) sobre o total do crédito, registou uma evolução favorável, com o rácio NPE a situar-se em 12,2% no final de 2019, beneficiando do impacto da venda de uma carteira de créditos em situação de incumprimento e das medidas que têm vindo a ser implementadas na área da recuperação do crédito.

Os depósitos de clientes totalizaram 12.525 milhões de euros em 31 de dezembro de 2019, fixando-se praticamente em linha com o valor relevado no final de 2018, “sendo a evolução determinada essencialmente pelo segmento retalho, não obstante os referenciais de taxas de juro se situarem em níveis historicamente baixos. Ainda assim, em 2019, observou-se uma diminuição do custo dos depósitos que, a par do aumento da componente dos depósitos à ordem, contribuiu favoravelmente para o desempenho da margem financeira”, acrescenta.

Os capitais próprios totalizaram 1.452 milhões de euros no final de 2019, comparando com 1.517 milhões de euros em 31 de dezembro de 2018 e, segundo a instituição financeira, “evidenciam os impactos favoráveis dos resultados líquidos apurados no exercício e do aumento da reserva de justo valor, por um lado, e desfavoráveis resultantes do apuramento dos desvios atuariais negativos no Fundo de Pensões e de reservas cambiais negativas, por outro”.