Prótoiro quer retomar espetáculos tauromáquicos dia 1 de junho

Marcelo recebeu associações ligadas à tauromaquia. Pedido à ministra da Cultura sem resposta.

A Prótoiro vai enviar ao Governo um plano para retomar os espetáculos tauromáquicos no dia 1 de junho. O documento já foi apresentado ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no último sábado, e as associações ligadas à tauromaquia esperam agora ser recebidas pelo Governo.

O plano desenhado pela Prótoiro apresenta 21 propostas para a retoma da atividade. A intenção é que as corridas de toiros possam realizar-se a partir do início de junho com a criação de um plano de segurança sanitário. O documento reclama ainda algumas medidas para enfrentar as dificuldades provocadas pela pandemia como apoios para a aquisição de máscaras e desinfetantes ou a descida para 6% da taxa de IVA nos espetáculos tauromáquicos.

A transmissão de cinco corridas de toiros na RTP 1 e a criação de um programa de tauromaquia na RTP 2 são outras das reivindicações do setor tauromáquico. “Temos todas as condições para cumprir a distância de segurança e todo esse controlo sanitário. Conseguimos fazer isso nas praças de toiros em Portugal e por isso achamos que podemos reabrir brevemente”, diz ao i Hélder Milheiro, presidente da Prótoiro.

O Governo já anunciou que os cinemas, auditórios e salas de espetáculo com lugares marcados vão voltar a abrir as portas no dia 1 de junho. Haverá, porém, restrições e a lotação será reduzida para assegurar o distanciamento físico.

As associações tauromáquicas pediram uma reunião ao Governo para debater as medidas para o setor no contexto da pandemia, mas não tiveram resposta. Os representantes da tauromaquia foram já recebidos pelo Presidente da República no sábado. O encontro não consta da agenda de Marcelo, mas um dos presentes na audiência garante que Marcelo Rebelo de Sousa “mostrou-se receptivo às preocupações do sector”.

Governo ignora tauromaquia A relação entre a ministra da Cultura e os aficionados é marcada pela tensão desde o início. Graça Fonseca não gosta de touradas e as associações ligadas à tauromaquia já pediram várias vezes a sua demissão. A pandemia levou, porém, o setor tauromáquico a pedir uma reunião com a ministra. O pedido foi feito no dia 24 de abril, mas até agora ainda não receberam nenhuma resposta. “Estamos a aguardar”, diz Hélder Milheiros, que prefere não fazer mais comentários sobre a ausência de resposta do Governo socialista. As associações da tauromaquia protestaram por não ter sido incluído nas reuniões com os promotores de eventos culturais e desportivos. O CDS enviou um requerimento ao Governo e quer saber “por que motivo foi o sector tauromáquico excluído do conjunto de reuniões de trabalho com os principais representantes, promotores e responsáveis por eventos de massas”. Os centristas querem ainda saber “como e por quem vai ser decidido o regresso das corridas de touros”.