Novo foco na China alarma depois de se registarem o maior número de novos casos nas últimas semanas

Shulan, cidade situada na dupla fronteira com a Coreia do Norte e com a Rússia, foi colocada em quarentena. Só se pode sair de casa em “circunstâncias” fora do comum. 

A China reintroduziu medidas de distanciamento social depois do registo de novos casos. Mais alarmante podem ser as novas infeções confirmadas em Wuhan, cidade no centro da China e primeiro epicentro global da pandemia, demonstrando a aparente capacidade de resistência do vírus.

Shulan, na província de Jilin, na dupla fronteira com a Rússia e com a Coreia do Norte, foi colocada em quarentena depois de ter registado 12 novos casos com coronavírus nos últimos dias –  e o facto de fazer fronteira com dois países confirmou o medo da China de uma nova onda de casos com covid-19 trazidos de fora do país, apesar dos média estatais chineses afirmarem que a sua origem permanece um mistério, citados pelo Guardian. Assim, todos os espaços públicos foram encerrados em Shulan: recintos desportivos, cinemas, livrarias e ainda foi ordenado a todos os residentes que ficassem em casa exceto em “circunstâncias” anormais. Os estudantes vão voltar a ter aulas online, os transportes públicos foram suspensos e os táxis não estão permitidos de sair da cidade e, além disso, foi reclassificada como tendo um nível de alto risco. Na dupla fronteira ainda se registou um caso cada com covid-19 nas províncias de Heilongjiang e Liaoning. 

Mas as cinco infeções registadas esta segunda-feira, o maior balanço diário desde 11 de março em Wuhan, não foram importadas do estrangeiro. Não são boas notícias, pois a cidade tinha voltado a uma relativa normalidade no fim de abril, depois de 76 dias em quarentena com restrições drásticas de movimento, apesar de o balanço de novos casos não apresentar figuras como aquelas que se registavam no auge do surto.

No domingo, em toda China continental foram registados 17 novos casos com coronavírus, o segundo dia consecutivo a apresentar um número de infeções acima dos dois dígitos e o maior em quase duas semanas, segundo a comissão nacional de Saúde. Há que notar que o Governo central só regista aqueles que apresentam sintomas.