A mim, as contradições parecem mentiras

Muito gostava eu de saber porque razão serviços do Estado, como os tribunais, deixam atrasados outros processos mais desconcertantes (para não dizer pior) para a Sociedade, e alguns mesmo por investigarem, só para se darem ao luxo de acusarem um ex-ministro

A mim, as contradições dos acusados de Tancos, parecem mentiras. Mas isso sou eu. O DN garantiu que o juiz-instrutor Carlos Alexandre já sabe muito, com as declarações, verdadeiramente contraditórias, de um ser apontado como cabecilha do assalto, um ex-fuzileiro.

Claro que só sei do assunto o que vejo nos jornais. E foi aí que detectei as tais contradições, que me garantem terem sido igualmente detectadas pelo juiz-instrutor. Mas este juiz-instrutor parece ser muto do género de dar maior credibilidade às declarações, mesmo contraditórias, que mais se aproximam da ideia por ele já formulada. Talvez haja mais gente assim. Felizmente não devem é ser juízes. Ou então são. E será por isso que o sector está uma desgraça em Portugal, e não só.

A mim tinha-me parecido que o dito fuzileiro só fora prestar as suas declarações para mentir o mais que fosse capaz de forma útil para si, e dar a entender que estavam envolvidas no assunto ‘pessoas ao mais alto nível’.

Curiosamente, o juiz-instrutor considera esta figura o cabecilha do assalto, e neste caso já lhe não dá tanta credibilidade às declarações. Ainda assim, estaria disposto a acreditar nassuas restantes declarações – pois este estado de cabecilha do assalto é por si negado.

Muito gostava eu de saber porque razão serviços do Estado, como os tribunais, deixam atrasados outros processos mais desconcertantes (para não dizer pior) para a Sociedade, e alguns mesmo por investigarem, só para se darem ao luxo de acusarem um ex-ministro, que ainda tendo feito o que consideram pior, não seria nada ilegal, nem condenável. Mas parece que não o fez, e só tem a acusá-lo verdadeiramente o tal fuzileiro sem nenhum crédito. De qualquer modo, o suficiente para o juiz e o MP avançarem sem quererem saber de mais nada.

Pedro d'Anunciação