Lucro do Santander cai 13,4% para 118,9 milhões no 1.º trimestre

Mais de 80 mil clientes aderiram às moratórias no crédito

O lucro do Santander caiu 13,4% para 118,9 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Este resultado, de acordo com a instituição financeira, uma “resiliência da conta de exploração”.

O banco colocou 30 milhões de euros em provisões, a refletir o impacto que espera que a pandemia tenha na economia e também na qualidade do crédito. “As melhorias no negócio foram praticamente anuladas pelas provisões”, explicou Manuel Preto, CFO do Santander Totta, durante a apresentação de resultados.

Mais de 80 mil moratórias

O banco liderado por Pedro Castro e Almeida já recebeu 82 mil pedidos de clientes para aderirem à moratória no crédito, num total de 9 mil milhões de euros.

Feitas as contas, representa 25% do crédito a particulares e 40% do crédito a particulares. Uma situação que, segundo o CEO da instituição financeira, “representa uma injecção de mil milhões até setembro, tanto para as empresas como para as famílias”, salienta durante a conferência de imprensa.

O responsável chamou ainda a atenção para o facto de o banco ter cancelado o pagamento de dividendos no momento de 410 milhões de euros, o que permite “ter rácios de capital mais fortes e estar disponível para dar mais crédito”.

Nos três primeiros meses do ano, o produto bancário praticamente estabilizou nos 354,5 milhões de euros, “num contexto adverso de baixas taxas de juro, que afetaram a margem financeira, e dos impactos da pandemia sobre as comissões”.

A margem financeira ascendeu a 202 milhões de euros (-6,3%), “ justificada pelo enquadramento económico e competitivo, caracterizado por uma elevada pressão concorrencial sobre os preços num quadro de baixas taxas de juro e procura moderada de crédito”, revela o banco liderado por Pedro Castro e Almeida.

As comissões líquidas cresceram 0,9% face ao período homólogo, com destaque para as comissões de gestão de conta, bem como de fundos e seguros comercializados pelo banco.

A instituição financeira lembra que “o mês de março já foi afetado pelos efeitos da pandemia e pela suspensão de um conjunto de comissões, no âmbito das medidas de apoio”.

Os custos operacionais situaram-se nos 147 milhões de euros, uma redução de 3,7%, refletindo a redução nos custos com pessoal (-2,9%) e sobretudo a redução em gastos gerais (-6,8%).

As amortizações, por seu lado, registaram um crescimento de 4,6%.

Crédito a particulares e depósitos sobem

O crédito a particulares cresceu 1,6% nos três primeiros meses do ano, ascendendo a 22 mil milhões de euros. “Destaque para o impulso do crédito habitação que ascende a 19,8 mil milhões de euros (+1,4% ) e do crédito ao consumo que aumenta 6%, face ao período homólogo”, revela em comunicado. No entanto, face ao trimestre anterior, as variações foram de +0,9% e -0,1%, respetivamente.

Já o crédito a empresas ascendeu a 18 mil milhões de euros, (-1,3% ). Face ao final do ano de 2019, a carteira de crédito a empresas cresceu 1,7%.

Por seu lado, os depósitos de clientes aumentaram 2,3%, ascendendo a 35 mil milhões.