Meia praia, meio restaurante e futebol total

A imposição de 50% da lotação e os dois metros de distância entre as mesas vão contribuir decididamente para o funeral dos restaurantes e tascas mais pequenos e com preços mais modestos.

Acredito, genuinamente, que o Governo e as autoridades de Saúde têm as melhores das intenções no combate à pandemia – e no geral têm estado bem – mas há decisões que não lembram ao careca. A das praias tem coisas perfeitamente absurdas. A dos semáforos parece-me uma anedota, e quero acreditar que as praias com um areal a perder de vista não terão tais bizarrias. Mas o que dizer dos toldos só poderem ser utilizados ou da parte da manhã ou da tarde? Estou mesmo a ver alguém chegar às 11 horas e o freguês seguinte às 14 querer expulsá-lo da espreguiçadeira e do respetivo toldo. Se os restaurantes que têm turnos são tão atacados por isso, calculo que os veraneantes comecem a levar luvas de boxe para os areais para começarem a defender o seu espaço.

Também a história dos restaurantes caminhava no sentido das bizarrias, mas parece que houve um travão na medida da intromissão da vida privada dos clientes – se vivem na mesma casa, se são da mesma família, etc. – embora não se saiba se essa decisão anunciada há tempos foi ou não cancelada. A imposição de 50% da lotação e os dois metros de distância entre as mesas vão contribuir decididamente para o funeral dos restaurantes e tascas mais pequenos e com preços mais modestos, e estranha-se que algumas destas medidas tenham sido propostas pela associação que representa a maioria dos empresários do setor.

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