Testagem a funcionários de creches e lares de todo o país está praticamente concluída

Nos últimos dias ocorreu um aumento na testagem média diária, afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido, este sábado. Uma grande parte da população submetida ao teste de despiste à covid-19 são funcionários de creches e lares. As creches vão reabrir e os lares vão voltar a permitir visitas, esta segunda-feira, dia 18 de maio.

Nas últimas 24 horas, foram confirmados mais 227 novos casos, elevando assim o número de pessoas infetadas no país para 28.810. Foi nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (146 novos casos) e do Norte (60 novos casos) onde foram registados mais casos.

Estão internados 657 doentes (menos 16 que ontem), destes 115 encontram-se nos cuidados intensivos (mais três). 80.3% das pessoas infetadas com covid-19 encontram-se no seu domicílio. A última vez que o número de hospitalizados esteve mais baixo foi a 31 de março, quando estavam internadas 627 pessoas.

494 venceram o novo coronavírus nas últimas 24 horas. No total, 3.822 pessoas foram consideradas curadas. A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou, este sábado, que é possível que o número de recuperados seja superior ao conhecido atualmente e que existe a possibilidade deste ser alterado em alta nas próximas semanas.

Nas últimas 24 horas, foram registados mais 13 óbitos, dos quais 11 deles foram pessoas com mais de 80 anos. A taxa de letalidade global é de 4.2% e em pessoas com mais de 70 anos é de 15,5%

A ministra da Saúde fala em "sinais encorajadores" desde que teve início a primeira fase de levantamento de algumas restrições. O número médio de novos casos, nos últimos cinco dias, foi de 200, o número médio de óbitos registados foi de 12 e o RT foi 0,97%. O número de doentes internados foi de 570 e o número de infetados em Unidades de Cuidados Intensivos foi de 110, afirma Marta Temido.

Em relação aos testes realizado, este número "tem continuado a crescer", aponta Marta Temido. Em média foram realizados 15.800 nos ultimos 5 dias. "Todos os indicadores epidemiológicos apresentam uma tendência decrescente ou, pelo menos estável. Deixámos os tempos em que a incidência teve o seu expoente máximo", afirma a ministra.

"A nossa estratégia mantém-se em linha com a OMS: testar, testar, testar, mas é necessário escolher testes fiáveis e garantias de qualidade e preventabilidade", afirma a ministra da Saúde. No dia 13 de maio foi o dia em que foram realizados mais testes desde o dia 1 de março – 17.534 testes realizados. "Muitos destes testes foram realizados em estruturas residenciais para idosos, redes de unidades cuidados continuados e creches", aponta Marta Temido, salientando que estão a ser testados todos os funcionários de modo a garantir a segurança de todos, visto as creches irem reabrir e os lares passar a receber visitas novamente, a partir do dia 18 de maio. 

A ministra sublinha que a testagem aos funcionários de creches e lares está quase concluída. "Há regiões que já terminaram estes testes. Na região do Norte, os testes em lares estão concluidos e no que toca a funcionários que vão começar a trabalhar em creches, na próxima segunda-feira, falta apenas um agrupamento de centros de saúde, que vai ocorrer no início da proxima semana. Na região Centro, o processo está praticamente concluída.Em Lisboa e Vale do tejo, terminam hoje os testes a creches e os lares terminam dia 22 de maio. Em relação ao Alentejo lares terminam os testes dia 22 de maio e as creches já concluíram o processo. No Algarve este programa irá ser completado este fim de semana", explica a ministra.

Questionada sobre o impacto das medidas de desconfinamento, Marta Temido frisa que ainda é cedo. "Os objetivos gerais do confinamento foram cumpridos: desacelarar a transmissão da infeção e manter a capacidade do SNS", afirma a ministra da Saúde, acrescentando que as medidas tem o seu "tempo de saturação" e o confinamento tem "efeitos adversos" "Desconfinar regularmente é importante para continuar a proteger as pessoas, é essa a melhor estratégia", afirma Marta Temido. "O impacto da pandemia na sociedade e na economia pode ter consequencias muito sérias, em termos de desigualdade na saúde e em termos de saúde mental", frisa a ministra.

"A pandemia não tem atingido todos da mesma forma. Os de menores rendimentos e mais velhos tem estado mais expostos", admite Marta Temido, sublinhando a importancia do regresso de vários hábitos, como as visitas aos lares ou as visitas a doentes que estão internados em unidades da rede de cuidados de saúde continuados e integrados. As visitas vão poder realizar-se a partir do dia 18 de maio, no entanto, com várias restrições para garantir a segurança de todos.

Questionada sobre o síndrome inflamatória que pode estar relacionada com a covid-19, semelhante à doença de Kawasaki, e se o SNS tem capacidade para receber mais crianças com esta síndrome, visto a reabertura das creches colocar várias crianças no mesmo espaço e estas terem mais dificuldade em cumprir o distanciamento social, Graça Freitas quis deixar uma "palavra de tranquilidade aos pais". Até à data as crianças com covid-19 em Portugal tiveram todas uma evolução positiva da doença, incluindo a criança que esteve infetada com a síndrome inflamatória semelhante à doença de Kawasaki. "Apesar de ter tido uma situação clinica dificil recuperou", afirma a diretora-geral da Saúde. "O SNS tem capacidade para tratar situações mais graves que existam", acrescenta Graça Freitas.

Sobre a Ordem dos Enfermeiros ter desmentido as afirmações de António Sales, feitas esta sexta-feira, sobre os profissionais de saúde que estiveram em contacto com pessoas infetadas terem sido todos testados, Marta Temido afirma que não existe motivo para preocupação sobre as estrututas do SNS não estarem a cumprir as normas das autoridades de saúde.

"Acredito que seja uma informação que possa ser melhor sobre as duas estruturas visto que existem critérios para ser submetido a testes, e ser contacto de um doente é um deles", aponta Marta Temido, salientando que a situação dos profissionais de saúde é uma "situação específica" e acredita que todas as estruturas da SNS tem respeitado as orientações mas garante que vai avaliar esta questão.