OMS aceita investigação à sua resposta à covid-19

Trata-se de uma proposta de compromisso entre os EUA e a China, mediada por países europeus, africanos e asiáticos. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS), concordou em ser alvo de uma investigação independente à sua resposta à pandemia de covid-19, bem como à origem do vírus. A proposta, apresentada na assembleia anual da organização, partiu de países europeus, africanos e asiáticos, e foi um compromisso entre a posição de países como a Austrália e os Estados Unidos – que acusam a Pequim de esconder o início da pandemia e a OMS de o encobrir – e posição chinesa, que pedia que as investigações fossem adiadas até à covid-19 estar sob controlo.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, aceitou de bom grado a proposta. E assegurou que o maior falhanço seria não aprender com a tragédia e prometendo “fazer tudo o que for preciso para garantir que a pandemia de coronavírus de 2020 nunca será repetida”.

Face ao corte dos fundos norte-americanos à OMS, bem como à sugestão da Administração de Donald Trump de que poderiam criar uma organização de saúde rival, Ghebreyesus salientou que “o mundo não precisa de outro plano, outro sistea, outro mecanismo, outro comité ou outra organização”. Para o diretor-geral, é preciso “reforçar, implementar e financiar os sistemas e organizações que tem, incluíndo a OMS”.

Os apelos de Ghebreyesus foram ecoados por vários chefes de Estado europeus, como Angela Merkel. Já o Presidente francês, Emmanuel Macron, saudou a abertura  do inquérito, mencionando que era necessário livramo-nos “da complacência e acusações infundadas” – a farpa foi vista como sendo direcionada a Washington.

Já a Administração Trump não poupou nas críticas à OMS. “Houve um falhanço desta organização em obter a informação de que o mundo precisava”, disse o secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar. E a Coreia do Sul pediu mais poderes legais para a OMS obrigar países a entregar os seus dados de forma transparente – uma farpa destinada a Pequim.

Entretanto, a China chegou-se à frente, prometendo dois mil milhões de dólares para o combate à pandemia no resto do mundo, bem como para enfrentar a crise económica causada por esta. “Especialmente em países em desenvolvimento”, referiu Xi Jinping. Além disso, o Presidente chinês juntou-se aos chefes de Estado que exigem que, quando for desenvolvida uma vacina para a covid-19, esta seja acessível de igual forma a todos os países.