Outra encenação de António Costa

O centro-direita tem de ter cuidado para não ser enrolado nas encenações que António Costa faz. Já não é a primeira e não será a última!

por Luís Jacques

O centro-direita tem de ter cuidado para não ser enrolado nas encenações que António Costa faz. Já não é a primeira e não será a última!António Costa é muito manhoso, diz uma coisa e o seu contrário, é um mentiroso compulsivo, é hipócrita e cínico. Todo o cuidado é pouco.

A entrevista do ministro das finanças Mário Centeno à TSF. É muito elucidativa.

Neste caso Mário Centeno está cheio de razão, mas excedeu-se na Comissão de Economia e Finanças. Esqueceu-se que não basta ter razão, é preciso ter poder. O poder para ele sair do governo e ser nomeado Governador do Banco de Portugal está nas mãos de Costa e Marcelo.

Acontece que as contas (ir para o BP) podem sair furadas, pois dependem, no limite, da aprovação do Banco Central Europeu. Mário Centeno tem de se acalmar, pois se continua com a agressividade que tem manifestado nos últimos dias, não tem o perfil adequado para ser Governador do Banco de Portugal!

Ficou provado que o primeiro-ministro António Costa sabia que a transferência tinha que ser feita e ia ser feita, como ele próprio reconheceu na entrevista ao Expresso, à semelhança do que ocorreu nos dois últimos anos, em Maio. O primeiro-ministro que sabe tudo e fala sobre tudo, não sabia da data da transferência?

Para mim é mais outra encenação de António Costa. Agora, Mário Centeno diz que houve falha de comunicação. É como o erro de percepção mútua com o caso do ex-Presidente da CGD.

Foi sendo referido, na comunicação social, que o primeiro-ministro não sabia da transferência para o Novo Banco. Acontece que tinha lido, no Expresso, exte texto incluído no artigo "Costa e Centeno às avessas".

"Nas Finanças, a narrativa tem sido de que o acordo de capitalização do banco, que obriga o Fundo de Resolução a cobrir as perdas dos créditos problemáticos, era para cumprir. E nunca houve qualquer condicionalidade entre esse acordo e a auditoria.

Dias antes de dar a primeira garantia pública a Catarina Martins, Costa foi questionado, numa entrevista ao Expresso, sobre o tema, e a resposta não foi a mesma que deu depois à líder do BE. “O Orçamento que entrou em vigor a 1 de abril é para ser cumprido. Como sabe, essa verba é um empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução. O empréstimo não tem a mesma natureza de uma despesa realizada”, disse.

Dias depois, diria outra coisa no Parlamento, fazendo depender a transferência da auditoria. Mas Centeno seguiu a primeira versão".

Acresce que a transferência para o Novo Banco está prevista no contrato de venda à Lone Star, negociado e concretizado pelo governo de António Costa, e que as transferências anteriores ocorreram em Maio de 2019 e Maio de 2018. Não é a primeira vez e não será a última, que o primeiro-ministro António Costa mente no Parlamento.

Como foi possível Portugal ter um primeiro-ministro como José Sócrates e ter outro como António Costa? A degradação da nossa democracia está nos limites!