Na praia não podes, mas no avião sim

Joana ainda pensou que o sinal vermelho é de interdição, mas depois lembrou-se das palavras do ministro do Ambiente que disse que tal sinalética não proíbe ninguém de ir para o areal.

O cenário é esquizofrénico e, como é óbvio, não será possível mantê-lo durante muito mais tempo. Imaginemos que já estamos em junho e que Joana vai ao teatro, onde está praticamente sozinha, já que a fila da frente está interdita, na sua só nas pontas é que pode haver mais espetadores. Meia dúzia de gatos pingados a verem um espetáculo que terá um custo por espetador digno de uma final da Liga do Campeões. No dia seguinte, Joana decide ir à praia e depara-se com um semáforo vermelho, que indica que a praia está com lotação esgotada. Joana ainda pensou que o sinal vermelho é de interdição, mas depois lembrou-se das palavras do ministro do Ambiente que disse que tal sinalética não proíbe ninguém de ir para o areal.

Já pronta a dar um mergulho aparece alguém da Polícia Marítima a expulsá-la da praia pois as distâncias de segurança não estão garantidas. Ainda protesta, citando o ministro do Ambiente, mas de nada lhe serve. Tem de sair e acabou a brincadeira. Furiosa, abandona o areal e vai até casa tomar um banho, apanhando um comboio cheio até à pinha, como diziam os mangas. Aí não há problema de não se cumprirem as distâncias. À noite, por volta das 22 horas, vai a um restaurante, meio vazio, e é informada que só tem uma hora para comer a entrada, o prato e a sobremesa. Ainda refila, mas não tem hipótese.

Leia o artigo na íntegra na edição impressa do SOL. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.