Plano de retoma da TAP gera “espanto e indignação”

Em comunicado, sindicato reagiu ao anúncio dos voos para junho e julho agendados pela companhia aérea. Esta terça-feira, ao final da manhã, autarcas, entidades e personalidades da região Norte vão reunir-se, em conferência de imprensa, para darem conta do seu descontentamento.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes da Área Metropolitana do Porto (STTAMP) reagiu com “total espanto e indignação” ao plano de retoma da operação da TAP para os meses de junho e julho, ontem anunciado, e que só inclui ligações com Paris, Luxemburgo e Madeira a partir do Aeroporto Sá Carneiro, no Porto.

O STTAMP acusa a companhia aérea nacional de continuar “a olhar para o país com os mesmos tiques de centralismo a que outras instituições, infelizmente, já nos habituaram” e questiona “se é este o modelo de gestão que sustentará o futuro” da TAP, numa fase em que decorrem negociações entre o Estado e os acionistas privados tendo em vista uma injeção de dinheiro capaz de apoiar a empresa neste contexto de crise, na sequência da pandemia de covid-19.

“É incompreensível que um país que nos últimos anos tem tido no turismo uma das mais importantes componentes da sua balança comercial, concentre de uma forma inqualificável a operação aeroportuária na região de Lisboa, fustigando uma vez mais a economia da região Norte, mantendo a linha do centralismo bafiento que a história de Portugal desde há muito regista”, lê-se na nota.

O sindicato alerta ainda para “as centenas de trabalhadores representados pelo STTAMP e tantos outros, cujas vidas dependem direta ou indiretamente da atividade do aeroporto do Porto” e que “não aceitam de forma pacífica tal descriminação, principalmente no momento em que a esmagadora maioria destes trabalhadores, em muitos casos os dois elementos do agregado familiar, se prepara para o prolongamento de, pelo menos, mais um mês em regime de layoff” – recorde-se que a TAP prolongou o layoff até final de junho.

O STTAMP afirma que esta decisão da TAP é “um duro golpe na economia da região Norte, e uma violação grosseira nos princípios da coesão do território”.

Para esta terça-feira, ao final da manhã, está agendada uma conferência de imprensa que vai reunir autarcas, entidades e personalidades do norte para mostrarem o descontentamento em relação a este tema.