RTP. Administração vai ao Parlamento na próxima terça-feira

Gonçalo Reis deverá justificar venda da antiga estação emissora de Miramar e eventual alienação de terrenos no Monte da Virgem.

O presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, vai ao Parlamento na próxima terça-feira para justificar a venda de terrenos da sua antiga estação emissora, agora à venda por um valor muito superior àquele pelo qual foi vendida. A data foi divulgada à Lusa pela presidente da comissão parlamentar de Cultura e Comunicação, Ana Paula Vitorino. “A audição de Gonçalo Reis sobre a venda de terrenos no norte está agendada para terça-feira [2 de junho]”, adiantou.

A audição deverá ainda contar com a eventual alienação de terrenos no Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia e o Centro de Produção do Norte (CPN).

Recorde-se que a Comissão de Cultura e Comunicação aprovou as audições ao presidente da RTP, Gonçalo Reis, que irá à Comissão depois de ter sido alvo de requerimentos do Bloco de Esquerda, PSD e PS. No caso do presidente da RTP, o Bloco de Esquerda diz que “segundo o relatório de contas de 2016 da Rádio e Televisão de Portugal, o presidente da administração da empresa, Gonçalo Reis, vendeu o terreno da antiga estação emissora da RTP, em Miramar, alegadamente por 600 mil euros, numa rubrica de vendas de património que inclui outro prédio em Ponta Delgada, numa soma total de 621,8 mil euros”. 

Este pedido está relacionado com uma notícia avançada pelo SOL. O terreno está agora a ser vendido por 12,3 milhões de euros.

Também o PSD contestou o “negócio imobiliário” associado aos terrenos, referindo que “a antiga emissora vendida por 1,7 milhões de euros, em 2016, foi, entretanto, colocada à venda por 12,3 milhões de euros”.

Rui Rio chegou mesmo a usar as redes sociais para comentar o caso: “A RTP diz que alienou um terreno em Miramar por 1,75 milhões de euros, mas as suas próprias contas desmentem-na; foi por 621 mil. De qualquer forma, o bem em causa está hoje à venda por 12,3 milhões de euros. 20 vezes mais em quatro anos. Há alguma razão que a razão possa conhecer?”, escreveu.