Associação de moradores pede isolamento do Bairro da Jamaica para impedir propagação da covid-19

Na opinião do presidente da associação de moradores, Salimo Mendes, a origem do foco veio de pessoas que visitam o bairro e “que vêm de outros concelhos”.

A associação de moradores de Vale de Chícharos, no Seixal, mais conhecido como Bairro da Jamaica, defende que este deveria ser "isolado", depois de 16 pessoas da comunidade terem sido diagnosticadas com o novo coronavírus. "Deviam mesmo isolar o bairro e só saía ou entrava quem aqui mora", disse o presidente da Associação de Desenvolvimento Social de Vale de Chícharos, Salimo Mendes, à Lusa, com o intuito de impedir a propagação da doença.

Na opinião de Salimo Mendes, a origem do foco veio de pessoas que visitam o bairro e "que vêm de outros concelhos", logo o isolamento do Bairro da Jamaica é a solução ideal. O presidente da associação sublinha ainda que população que vive no Bairro da Jamaica "tem sempre cuidado" e refere que "ninguém sai de casa, só quem está a trabalhar".

"Há pessoas de outros concelhos que vêm aqui frequentar os cafés do bairro", explica o morador. "Os cafés ao fim de semana não deixam dormir as pessoas que trabalham, com música e ajuntamento de pessoas que não usam máscara", acrescenta, explicando que a aglomeração de pessoas nestes espaços acontece especialmente entre sexta-feira a domingo. "Estou muito preocupado e a minha intenção é que as autoridades me ajudem a fechar estes cafés todos porque são centros de propagação", apelou Salimo Mendes, afirmando que já tinha entrado em contacto com a Câmara do Seixal. 

O município liderado por Joaquim Santos indicou na terça-feira que o foco de covid-19 em Vale de Chícharos teve origem "numa festa na Aroeira (Almada) em que participaram vários jovens de diversos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML)", entre 1 e 3 de maio, de acordo com um comunicado enviado às redações. 

Recorde-se que devido ao aumento do número de casos em bairros sociais, os jornalistas presentes na  onferência desta quarta-feira questionaram o secretário de Estado sobre a necessidade da realizar testes em massa junto desta comunidade, algo que vai contra a opinião de António Sales. "Viver num bairro social não é razão para fazer testes, este é um vírus democrata. Testagem em bairros sociais só se justifica no âmbito de uma investigação epidemiológica", afirma o secretário de Estado.