Repressão volta às ruas do território volta às ruas de Hong Kong

Os desacatos ocorreram no coração do bairro financeiro da megacidade, com a polícia a rodear grupos de manifestantes e a obrigá-los a sentarem-se em passeios antes de os revistar. Mesmo assim, até ao final da noite, muitos ainda gritavam pela democracia plena e pela independência de Hong Kong, dizendo ser a “única saída”.  

A polícia de Hong Kong disparou gás pimenta e deteve 360 pessoas, depois de milhares de manifestantes terem tomado as ruas esta quarta-feira para protestar contra a lei de segurança nacional proposta pelo Governo chinês.

Os desacatos ocorreram no coração do bairro financeiro da megacidade, com a polícia a rodear grupos de manifestantes e a obrigá-los a sentarem-se em passeios antes de os revistar. Mesmo assim, até ao final da noite, muitos ainda gritavam pela democracia plena e pela independência de Hong Kong, dizendo ser a “única saída”.  

Antes, a polícia esteve em força a rodear o Conselho Legislativo para não permitir que os manifestantes perturbassem um debate sobre uma legislação controversa, que visa criminalizar o desrespeito ao hino chinês – poderá entrar em vigor no próximo mês. 

Os protestos tinham sido interrompidos há alguns meses, mas a perceção de ameaça à relativa liberdade do território autónomo levou a que as pessoas vestidas de preto e os guarda-chuvas voltassem às ruas: uns tapam a cara, outros aparecem com os uniformes escolares e há quem vá com a roupa do escritório. O primeiro grande protesto ocorreu no domingo.

A lei de segurança nacional deverá ser aprovada esta quinta-feira, no Congresso Nacional do Povo,  e está a criar alarme na comunidade internacional, pensando-se que podem estar em causa as liberdades civis da região administrativa especial: antevendo-se, também, o fim do princípio do “um país, dois sistemas”, em vigor desde que o Reino Unido entregou a soberania do território a Pequim, em 1997. 

Pequim diz querer enfrentar o terrorismo, a subversão e os movimentos secessionistas em Hong Kong, com a legislação a prever a criação de órgãos dos serviços de informações chineses na região.