Atividade turística com “interrupção quase total” em abril

Dados do Instituto Nacional de Estatística revelam o que já se esperava: a atividade turística quase parou no mês do pico da pandemia.

Os dados já eram esperados mas foram agora confirmados agora pelo Instituto Nacional de Estatística [INE]: em abril foi registada uma “interrupção quase total da atividade turística”.

De acordo com a estimativa rápida do gabinete estatístico, o setor do alojamento turístico deverá ter registado 68 mil hóspedes nesse mês e 193,8 mil dormidas, o que corresponde a variações negativas de 97,1% e 96,7%, respetivamente.

Já as dormidas de residentes terão diminuído 92,7% (-57,6% em março) e as de não residentes terão caído quase 100%.

Ainda em abril, e devido ao estado de emergência, 80,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico terão estado encerrados ou não registaram movimento de hóspedes.

De acordo com os resultados de um questionário realizado pelo INE em abril e maio e com base nas respostas de cinco mil estabelecimentos sobre as perspetivas para a atividade turística nos próximos meses até agosto, 78,4% dos estabelecimentos de alojamento turístico defendem que a pandemia motivou o cancelamento de reservas agendadas para os meses de março a agosto de 2020.

O INE explica ainda que “a atual pandemia está a condicionar a atividade da generalidade dos setores económicos, a nível nacional e mundial, particularmente do turismo”.

No segmento da hotelaria, explica o gabinete estatístico, os estabelecimentos com cancelamentos de reservas devido à pandemia covid-19 representaram 92,0% do total (94,3% da capacidade oferecida). No alojamento local, estes estabelecimentos corresponderam a 74,2% do total (78,4% da capacidade oferecida) e no turismo no espaço rural e de habitação representavam 68,8% do total (74,1% da capacidade).

Questionados sobre os principais mercados com cancelamentos de reservas, o mercado nacional foi o mais referido, tendo sido identificado por 60,8% dos estabelecimentos de alojamento turístico.

O mercado espanhol foi o segundo mais referido (49,4% dos estabelecimentos), seguindo-se os mercados francês (31,9% dos estabelecimentos), alemão (27,1% dos estabelecimentos) e britânico (24,1% dos estabelecimentos).